
As tarifas mais altas do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre importações de dezenas de países entraram em vigor na quinta-feira (07), elevando o imposto médio de importação dos EUA ao nível mais alto em um século. Grandes parceiros comerciais como Suíça, Brasil e Índia agora buscam um acordo melhor para evitar os impactos das novas taxas, que variam de 10% a 50%.
Líderes do Brasil e da Índia prometeram não se intimidar com a posição de Trump, mesmo enquanto seus negociadores buscavam um adiamento das tarifas. As novas taxas testarão a estratégia de Trump de reduzir os déficits comerciais dos EUA sem causar grandes interrupções nas cadeias de suprimentos globais ou provocar inflação e duras retaliações.
Trump alardeou em suas redes sociais que “BILHÕES DE DÓLARES” fluirão para os EUA, mas as tarifas são pagas pelas empresas importadoras e podem ser repassadas aos consumidores. O principal negociador comercial de Trump, Jamieson Greer, defendeu a estratégia como uma “liderança ousada” para reequilibrar o déficit comercial e reformar o sistema internacional.
Oito grandes parceiros comerciais, incluindo a União Europeia, Japão e Coreia do Sul, fecharam acordos-quadro para concessões comerciais e de investimento, reduzindo suas tarifas básicas para 15%. A Grã-Bretanha obteve uma taxa de 10%, enquanto Vietnã, Indonésia, Paquistão e Filipinas garantiram reduções para 19% ou 20%.
William Reinsch, especialista em comércio do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse que “haverá uma reorganização na cadeia de suprimentos” e que países com taxas extremamente altas, como Índia e Canadá, “continuarão se esforçando para tentar consertar isso”.
O presidente brasileiro, Lula, disse que não se humilharia ao tentar um telefonema com Trump, mas seu governo continuaria as negociações. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, foi igualmente desafiador, afirmando que não comprometeria os interesses dos agricultores do país. Ele também fortaleceu o compromisso com uma “parceria estratégica” com a Rússia. Lula disse que convocaria os líderes da Índia e da China para discutir uma resposta conjunta dos BRICS às tarifas.
As novas tarifas fazem parte de uma estratégia multifacetada de Trump. O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, espera que a receita com tarifas chegue a US$ 50 bilhões por mês. O aumento das taxas elevará as tarifas médias dos EUA para cerca de 20%, a mais alta em um século. Dados do Departamento de Comércio já mostram que as tarifas estão elevando os preços nos EUA e os custos para empresas como Caterpillar e Toyota. A Toyota, por exemplo, cortou sua previsão de lucro anual em 16%, estimando um impacto de quase US$ 10 bilhões em tarifas sobre carros importados. No entanto, outras empresas japonesas, como Sony e Honda, esperam um impacto menor após o Japão fechar um acordo bilateral com Washington.











