Os preços da soja recuaram na bolsa de Chicago nesta quinta-feira (13/2), influenciados pelas perspectivas de uma safra sul-americana abundante, apesar dos recentes cortes nas estimativas de produção da Argentina. Os contratos futuros da oleaginosa para março fecharam em queda de 1,51%, cotados a US$ 10,2775 por bushel.
Perspectivas para a América do Sul:
Segundo Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, a percepção do mercado é de que a América do Sul, como um todo, ainda colherá mais soja em 2024/25 do que no ano passado, o que deve resultar em aumento dos estoques e pressionar as cotações para baixo.
Notícias Relacionadas
No Brasil, principal produtor e exportador global de soja, as adversidades climáticas enfrentadas em algumas regiões, como o Rio Grande do Sul, não devem comprometer a produção recorde esperada para a safra atual. “Mesmo com áreas enfrentando dificuldades, o Centro-Norte do país está com um desempenho muito bom, especialmente Mato Grosso”, afirma Nogueira.
Ajustes nas Estimativas:
Algumas consultorias têm revisado suas projeções para a safra brasileira, estimando uma produção em torno de 165 milhões de toneladas, em comparação com o potencial inicial de 170 milhões de toneladas ou mais. “Essa previsão de 165 milhões ainda não foi totalmente precificada pelo mercado, que trabalha com projeções na casa das 170 milhões de toneladas”, observa Nogueira.
Demais Mercados:
- Milho: Os contratos futuros do milho para março fecharam em alta de 1,29%, a US$ 4,9025 por bushel, impulsionados pelo atraso na instalação da safrinha no Brasil e pelo ritmo acelerado das exportações do cereal nos EUA.
- Trigo: O trigo registrou sua quarta queda consecutiva em Chicago, com os contratos para março recuando 0,48%, para US$ 5,7425 por bushel.
Análise:
O mercado da soja segue atento ao desenvolvimento da safra na América do Sul, em especial no Brasil. A confirmação de uma produção brasileira menor que as expectativas iniciais pode trazer sustentação aos preços em Chicago. No entanto, a expectativa de uma safra sul-americana abundante, como um todo, mantém a pressão de baixa sobre as cotações.
