Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 69,48 / kg
Soja - Indicador PRR$ 136,23 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 142,62 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,86 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,92 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,44 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,24 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,30 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,30 / kg
Ovo Branco - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 106,48 / cx
Ovo Branco - Regional BrancoR$ 112,73 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 121,70 / cx
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 123,17 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 102,39 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 114,21 / cx
Frango - Indicador SPR$ 8,10 / kg
Frango - Indicador SPR$ 8,12 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.182,07 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.046,01 / t
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 111,43 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 105,78 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 114,15 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 127,71 / cx

Aprendendo com a crise e explorando as novas fronteiras da pecuária

<p>Confira artigo do Dr. Ian David Hill- diretor da Agropecuária Jacarezinho.</p>

Redação (16/02/07) – A pecuária já passou por diversas dificuldades, mas essa última crise, que começou no final de 2004 e até hoje ainda afeta a atividade, tem características muito próprias e, numa análise mais ampla – e otimista – pode até proporcionar resultados benéficos para a profissionalização e a sustentabilidade do negócio nos próximos anos.

Anos atrás, tínhamos um cenário de instabilidade econômica, inflação altíssima durante muito tempo. Em 1996, veio a estabilidade da economia e, conseqüentemente, o fim da inflação. O pecuarista teve de rever sua postura, pois até então usava o gado como hedge para se proteger da inflação. Para isso, procurava ter o maior número de animais, sem se preocupar com a aplicação e uso de tecnologias (genética, nutrição e práticas de manejo) no negócio.

O produtor aprendeu com esses erros e passou a investir em tecnologias para obter mais produtividade. Com isso, verificou-se maior profissionalização da atividade, com investimentos em genética e pastagens. Para se ter uma idéia do impacto desse aprendizado, há uma década a taxa média de desfrute do rebanho (percentual do total do rebanho abatido por ano) era de 16%. Hoje, esse percentual saltou para 24%, com animais mais jovens sendo abatidos e, conseqüência direta, melhor qualidade no produto. Isso comprova que o investimento em tecnologia é sinônimo de eficiência.

A crise atual, ao contrário da de 1996, está ligada diretamente aos baixos preços. Muitos pecuaristas já deixaram a atividade e se aventuraram em novos setores, com o argumento de que pecuária não dá lucro. No entanto, é preciso avaliar qual o perfil desses produtores. Muitos investiram em fazendas de gado simplesmente pelo gosto em dizer que é fazendeiro ou pelo status de ser pecuarista.

Isso gerou crescimento não-sustentado do setor, pois muitos desses novos membros não tratavam do assunto com profissionalismo, diferentemente do que acontece, por exemplo, com os novos investidores em cana-de-açúcar, que injetam capital, mas deixam a gestão a cargo de profissionais.

Assim, com a debandada desse grupo de produtores para outros negócios, espera-se que tenhamos a partir de agora uma fase com crescimento mais sustentável da pecuária, porque ficará quem realmente entendeu que é preciso encarar a atividade com profissionalismo.

Diante da competitividade com outras culturas, como a cana-de-açúcar e a silvicultura, atividades que demandam o uso de terras férteis, estamos começando a viver uma situação já verificada nos países com sucesso na agropecuária, como Estados Unidos e Austrália.

Nessas nações, não existe pecuária em áreas de grande fertilidade ou pluviosidade. Pergunto se há gado no cinturão do milho norte-americano ou no cinturão do algodão australiano. Não! O gado está localizado em regiões de terras menos férteis ou mais áridas.

O mesmo está ocorrendo agora no Brasil. A pecuária está saindo de terras mais valorizadas do Sudeste e a tendência é abrir novas fronteiras, sempre respeitando o meio ambiente e contribuindo para o crescimento sustentável. Regiões nos estados da Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, além do Norte do País, estão recebendo gado vindo de todo o País, principalmente de São Paulo e do Centro-Oeste. Nesses locais, encontramos mão-de-obra qualificada, menos problemas sanitários, estrutura frigorífica, portos mais profundos e infra-estrutura logística menos congestionada.

Resultado: todo esse movimento permite prever dias melhores para a pecuária nos próximos anos. Por isso, quem é pára-quedista terá de aterrisar e quem ficar verá que a pecuária é, sim, uma atividade lucrativa e interessante quando tratada de maneira profissional.
, empresa rural de Alexandre Grendene, que atua no melhoramento genético das raças Nelore e Braford e na produção de cana-de-açúcar.