Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 69,48 / kg
Soja - Indicador PRR$ 136,23 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 142,62 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,86 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,92 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,44 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,24 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,30 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,30 / kg
Ovo Branco - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 106,48 / cx
Ovo Branco - Regional BrancoR$ 112,73 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 121,70 / cx
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 123,17 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 102,39 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 114,21 / cx
Frango - Indicador SPR$ 8,10 / kg
Frango - Indicador SPR$ 8,12 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.182,07 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.046,01 / t
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 111,43 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 105,78 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 114,15 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 127,71 / cx

Descaso político

<p>Apesar do prejuízo que podem trazer, as micotoxinas são tratadas com certo desprezo pelas indústrias produtoras de animais e alimentos. Falta de controle pode resultar em risco à saúde humana e animal. Tema foi debatido em evento promovido pelo Laboratório Eurofins e Romer Labs.</p>

Redação (30/07/2008)- As micotoxinas são substâncias químicas tóxicas produzidas por fungos, que podem se desenvolver livremente no meio-ambiente se não detectados e analisados de forma correta. Seu controle, afirmam especialistas, por falta de interesse político, ainda não possui legislação adequada no Brasil. Atualmente, a lei vigente prioriza apenas as aflatoxinas, grupo de compostos tóxicos mais estudado pelos pesquisadores brasileiros. Tendo em vista este entrave, o laboratório de análises de alimentos Eurofins e o fabricante de suprimentos para laboratórios e testes rápidos para recebimento de matérias-primas Romer Labs realizaram no dia 24 de julho, em Indaiatuba (SP), um seminário sobre o assunto com o tema “Controle de Micotoxinas”.

Cerca de 100 pessoas acompanharam as seis palestras que debateram temas como a crescente demanda por insumos agrícolas e a maior coordenação da cadeia de suprimentos em relação aos resíduos químicos e biológicos. “Nosso objetivo foi discutir com representantes do segmento da indústria de alimentação humana e animal os riscos e prejuízos causados pelas micotoxinas. Esse ainda é um problema que encontra dificuldade para ser solucionado no Brasil”, disse Pablo Molloy, gerente geral da Eurofins.

 

Carlos Sacchi (Romer Labs), Pablo Molloy (Eurofins) e Gerald Gutscher (Romer Labs), durante evento sobre o controle de micotoxnas

Ações como o investimento na monitoração de micotoxinas durante o armazenamento de grãos (milho, soja, amendoim, etc.) e a fiscalização do produto final também foram discutidas durante o evento. Para Molloy, a abordagem do tema é fundamental. Com consumidores cada vez mais atentos e exigentes, argumenta, tanto empresas do setor de ração animal, como as empresas do setor alimentício, têm que necessariamente reforçar seus investimentos no estudo e monitoramento das micotoxinas, a fim de evitar riscos à saúde e também agregar mais qualidade ao produto que colocam no mercado.

 

Rosineide Simas, gerente de Serviços Técnicos da Eurofins , explica que cerca de 300 tipos de micotoxinas são conhecidos atualmente. Destes, apenas 15 são tidos como de maior importância para as indústrias de alimentação animal e humana. O Brasil apresenta legislação forte apenas para o grupo das aflatoxinas. Atenta a esse problema, a profissional aponta falhas no sistema brasileiro, que interliga o monitoramento ineficiente com a falta de alimento. “O Brasil não investe na monitoração das micotoxinas alegando que tamanha rigorosidade poderia prejudicar a produção de alimentos. A afirmação não tem fundamento, pois a Europa impõe limites de resíduos químicos e biológicos na produção de grãos e ninguém passa fome”, afirma. 

 

“Isso não é virose” – De acordo com Rosineide, algumas pessoas que passam mal após uma refeição acabam procurando um médico que pode diagnosticar um caso de virose, quando, na verdade, a causa pode ser a ingestão de micotoxinas.

“A micotoxina é um contaminante natural e se não houver empenho no desenvolvimento de uma metodologia específica, o problema não é diagnosticado”, afirma.  “O milho e a soja contaminada, que podem servir de matéria-prima para produção de ração, podem contaminar a carne de frango ou suína, e, por conseqüência, contaminar a pessoa que comer esta carne”, completa.

Segundo a especialista, as micotoxinas, quando ingeridas em grande quantidade representam grande risco à saúde humana, pois são teratogênicas e cancerígenas, ou seja, comprometem o desenvolvimento natural de órgãos e sistemas do indivíduo contaminado e pode causar câncer.