Encerrou nesta quinta-feira (29/10) o VIII Encontro Brasileiro de Substâncias Húmicas, realizado durante quatro dias, em Pelotas (RS). A próxima edição, que acontecerá somente em 2011, terá como local a Universidade Federal do Sergipe, mais precisamente na cidade de Aracaju. Segundo o pesquisador e coordenador desta edição e também Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, relatou que os trabalhos apresentados no evento mostraram elevado nível técnico, bem como as palestras proferidas durante o encontro.
Temática de encerramento
No último dia de encontro, a temática das principais palestras versou sobre a biotransformação de materiais orgânicos, uma direcionada para os resíduos culturais, que são os restos vegetais, e outra, para os dejetos dos animais. Os dois palestrantes, oriundos da Universidade Federal de Santa Maria manifestaram em suas falas aspectos relativos à dinâmica das transformações que ocorrem com os resíduos, quando adicionados ao solo, bem como os efeitos benéficos e possíveis impactos negativos destas práticas de manejo na agricultura. No caso dos resíduos vegetais, o professor Sandro Giacomini falou que após a colheita de culturas como a soja e o milho, por exemplo, tanto a parte aérea das plantas como suas raízes são aproveitadas para decomposição, que é onde o solo recebe a sua contribuição. “Os diferentes tipos de resíduos podem afetar de forma diferente os resíduos das substâncias húmicas tanto em qualidade como em quantidade”, explicou o professor Giacomini. Ele conta que o produtor quando vai fazer a rotação de culturas, deve selecionar aquelas plantas que podem efetivamente contribuir mais com o processo do seqüestro de carbono e com a formação das próprias substâncias húmicas, o componente mais estável da matéria orgânica do solo.
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Já o professor Celso Aita, falou sobre a grande quantidade de carbono que contém os dejetos agrícolas. Ele trouxe a abordagem de alguns processos para maximizar – tanto os dejetos como nutrientes para culturas comerciais quanto dos dejetos como melhoradores do solo – o aproveitamento do carbono. “O produtor já tem domínio e consciência sobre a necessidade de utilização da compostagem dos dejetos dos animais, mas estamos apresentando técnicas de como melhor manejá-la, e isso, é que trará resultados positivos”, contou Celso Aita.
Trabalhos premiados
Durante o evento 73 trabalhos técnico científicos foram apresentados, entre eles, três receberam premiação pela qualidade, temática abordade e domínio do assunto: “ Funcionalização química de carvões e de materiais parcialmente carbonizados produzidos a partir de diferentes biomassas com vistas ao uso agrícola como condicionadores de solo”, de Carolina Linhares da Universidade Federal Fluminense; “ Aplicação terapêutica de substâncias húmicas em casos de contaminações agudas por metais potencialmente tóxicos”, de Natália Noronha Ferreira e “ Sorção e degradação de compostos fenólicos em solo”, de Rafael Garret Dolatto.
