Fonte CEPEA
Milho Campinas (SP)R$ 80,54 / kg
Soja PRR$ 130,14 / kg
Soja Porto de Paranaguá (PR)R$ 135,04 / kg
Suíno Grande São Paulo (SP)R$ 12,88 / kg
Suíno SPR$ 8,64 / kg
Suíno MGR$ 8,53 / kg
Suíno PRR$ 8,23 / kg
Suíno SCR$ 8,14 / kg
Suíno RSR$ 8,25 / kg
Ovo Branco Gande São Paulo (SP)R$ 200,55 / cx
Ovo Branco Grande BH (MG)R$ 205,31 / cx
Ovo Vermelho Gande São Paulo (SP)R$ 224,74 / cx
Ovo Vermelho Grande BH (MG)R$ 229,80 / cx
Ovo Branco Bastos (SP)R$ 192,52 / cx
Ovo Vermelho Bastos (SP)R$ 219,04 / cx
Frango SPR$ 8,69 / kg
Frango SPR$ 8,71 / kg
Trigo PRR$ 1.578,32 / t
Trigo RSR$ 1.476,85 / t
Ovo Vermelho Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 226,76 / cx
Ovo Branco Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 193,69 / cx
Ovo Branco Recife (PE)R$ 174,13 / cx
Ovo Vermelho Recife (PE)R$ 193,24 / cx

Análise Econômica

Análise econômica Suinocultura: preços recuam em março, mas valorização anual permanece significativa

Análise econômica Suinocultura: preços recuam em março, mas valorização anual permanece significativa

A semana para o mercado da suinocultura brasileira traz um panorama de ajustes nos preços, conforme os mais recentes levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em março de 2025, tanto o suíno vivo quanto a carne suína registraram uma desvalorização em relação ao mês anterior. Contudo, a análise do acumulado dos últimos doze meses revela uma valorização significativa para o setor em diversas praças monitoradas.

Detalhes do mercado na semana:

Os dados do Cepea, referentes a esta semana (10/04), indicam que o preço médio do suíno vivo negociado na região SP-5 (que compreende Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) atingiu R$ 8,56/kg durante o mês de março. Este valor representa uma retração de 3,3% quando comparado com a média de R$ 8,85/kg observada em fevereiro de 2025.

Apesar dessa queda mensal, a comparação com março de 2024 demonstra a resiliência do mercado. Em termos reais, ou seja, descontando a inflação medida pelo IGP-DI de março/25, o suíno vivo na região SP-5 está 17,9% mais valorizado do que no mesmo período do ano anterior.

Segundo agentes de mercado consultados pelo Cepea, a principal razão para a recente desvalorização reside no desequilíbrio entre a oferta e a demanda. A disponibilidade de animais para abate superou a necessidade de novos lotes por parte dos frigoríficos, exercendo pressão baixista sobre os preços pagos aos produtores.

No mercado atacadista da Grande São Paulo, a dinâmica foi semelhante. A liquidez das vendas de carne suína se mostrou fraca, resultando em uma desvalorização da carcaça especial suína de 4,8% entre fevereiro e março. O preço médio do quilo da carcaça atingiu R$ 12,60 em março, ante R$ 13,23/kg em fevereiro.

Entretanto, ao analisarmos a variação anual no atacado, o cenário é novamente de expressiva valorização. Em valores reais, deflacionados pelo IPCA de fevereiro/25, a média do preço da carcaça especial suína comercializada em março de 2025 supera em 25,5% a média registrada em março de 2024.

Preços do suíno vivo nas principais praças (10/04):

Bolsa Suíno MT da Acrismat, com validade de 14 a 20 de abril:

Bolsa de Suíno MG da ASEMG, com validade de 11 a 17 de abril:

Bolsa de Suíno SP da APCS (10/04)

Comparativo com a semana anterior:

Os dados divulgados pelo Cepea na semana anterior (03/04) já sinalizavam a tendência de queda nos preços médios da carne suína durante o mês de março. A intensidade dessa redução foi maior do que a observada nas principais proteínas concorrentes, como a carne de frango e a bovina.

De acordo com os pesquisadores do Cepea, a lentidão nas vendas de carne suína ao longo de março, combinada com uma oferta ligeiramente elevada de animais para abate e, consequentemente, de proteína no atacado, foram os fatores determinantes para essa desvalorização.

Essa conjuntura resultou em um aumento da competitividade da carne suína frente às suas concorrentes. Na média de março, a carcaça suína foi negociada com um preço R$ 4,20/kg superior ao da proteína avícola, representando uma diferença 11,9% menor do que a registrada em fevereiro. Em relação à carcaça casada de boi, a diferença de preço a favor da carne bovina se ampliou em 2,8%, atingindo R$ 9,36/kg.

É importante destacar que a carne suína ganha competitividade quando a diferença de preço em relação ao frango se reduz e quando a diferença em relação à carne bovina aumenta, tornando-a uma opção mais acessível para o consumidor.

Perspectivas:

Para as próximas semanas, o mercado da suinocultura deverá seguir atento ao equilíbrio entre oferta e demanda, buscando um ponto de estabilidade nos preços após a recente correção. A capacidade de absorção da carne suína pelo mercado interno, bem como o desempenho das exportações, serão cruciais para determinar a trajetória dos preços. A competitividade frente às outras proteínas também continuará sendo um fator relevante, influenciando as decisões de compra dos consumidores e, consequentemente, a demanda pela carne suína. Além disso, os custos de produção, especialmente da ração animal, e o cenário macroeconômico nacional e internacional seguirão exercendo influência sobre a rentabilidade do setor e a formação dos preços.

Fatores que Influenciam o Mercado da Suinocultura:
  • Oferta e Demanda: O equilíbrio entre a quantidade de suínos disponíveis para abate e a procura por carne suína por parte de frigoríficos, varejistas e consumidores finais é um dos principais determinantes dos preços.
  • Custos de Produção: Os custos relacionados à criação dos suínos, incluindo a alimentação (principalmente milho e farelo de soja), sanidade, energia, mão de obra e transporte, impactam diretamente a rentabilidade dos produtores e, consequentemente, a oferta e os preços do suíno vivo.
  • Competitividade com Outras Proteínas: Os preços da carne suína são influenciados pela concorrência com outras fontes de proteína animal, como a carne bovina e a de frango. A diferença de preço entre essas proteínas afeta a decisão de compra dos consumidores e, portanto, a demanda e os preços da carne suína.
  • Cenário Macroeconômico: Variáveis macroeconômicas como a taxa de câmbio (relevante para as exportações e importações de insumos), a inflação (que afeta o poder de compra dos consumidores), a taxa de juros e o crescimento econômico geral do país impactam o consumo de carne suína e os custos de produção, influenciando os preços em toda a cadeia.
  • Exportações e Mercado Internacional: A demanda e os preços da carne suína no mercado internacional, bem como as políticas comerciais e sanitárias de outros países, exercem uma influência significativa sobre o setor, especialmente para os grandes produtores e exportadores.

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Aquicultura: mercado de tilápia apresenta estabilidade

A primeira frente fria da temporada já se faz sentir em diversas regiões do país, sinalizando um inverno potencialmente mais rigoroso em comparação com o ano anterior. Essa mudança climática traz consigo implicações para o setor da aquicultura, com a expectativa de redução no consumo de ração pela tilápia nas regiões Sul e Sudeste. Produtores devem estar atentos a essas projeções para ajustar suas estratégias.

Peixes nativos em destaque para a Semana Santa:

O mercado de peixes nativos apresenta um cenário promissor, com a oferta de alevinos reduzida nas semanas anteriores. A proximidade da Semana Santa impulsiona a demanda por peixes de maior porte, acima de 3 kg, especialmente tambaqui e tambatinga. A expectativa é de que o consumidor final pague preços mais elevados por esses produtos durante o período religioso. Contudo, a organização dos produtores será crucial para garantir boas vendas, equilibrando a pressão para manter ou até mesmo reduzir os preços.

Tilápia com preços estáveis na quaresma e Semana Santa:

Em contraste com os peixes nativos, o mercado de tilápia tem apresentado uma estabilidade de preços durante a Quaresma, e a expectativa é que essa tendência se mantenha para a Semana Santa, proporcionando preços consistentes para o consumidor.

Diante deste panorama, produtores e demais agentes do setor devem monitorar de perto as variações regionais e as tendências de mercado, ajustando suas estratégias para otimizar seus resultados.

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Grãos: Soja e Milho sentem pressão de colheita e demanda, enquanto Trigo sobe impulsionado pela oferta restrita

A semana no mercado de grãos foi marcada por dinâmicas distintas para soja, milho e trigo, influenciadas por fatores como o avanço da colheita, a demanda e a oferta doméstica e internacional. Levantamentos do Cepea detalham as movimentações e as perspectivas para cada commodity.

Soja: colheita brasileira e tarifas internacionais pressionam futuros, prêmio de exportação sustenta preços domésticos

Os contratos futuros de soja negociados no CME Group (Bolsa de Chicago) apresentaram queda nas últimas semanas, especialmente para o grão e o farelo. Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento de baixa é impulsionado pelo avanço da colheita no Brasil, principal produtor e exportador mundial de soja, e pelos elevados estoques nos Estados Unidos.

Adicionalmente, a imposição de tarifas de importação pelo governo norte-americano na semana passada e as subsequentes retaliações devem intensificar a pressão baixista nos próximos dias. A análise do Cepea aponta que tais tarifas tendem a inviabilizar as compras nos Estados Unidos, levando demandantes externos, como a China, a buscar novos fornecedores.

No mercado spot nacional, os preços da soja também recuaram, porém, a queda foi limitada pelo aumento dos prêmios de exportação no Brasil. Esse aumento reflete uma maior demanda internacional pelo grão brasileiro, compensando parcialmente a pressão negativa dos futuros em Chicago.

Confira os valores da soja (10/04):

  • Paranaguá: R$ 137,36
  • Paraná: R$ 131,10
Milho: demanda enfraquecida e colheita da primeira safra pressionam preços

O mercado de milho tem registrado quedas de preço neste início de abril na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. O principal fator para essa pressão é o enfraquecimento da demanda. Consumidores, já abastecidos e atentos ao avanço da colheita da primeira safra, demonstraram menor interesse em novas aquisições, aguardando possíveis novas baixas nos preços.

Do lado da oferta, vendedores se mostram mais ativos no mercado spot nacional, buscando negociar novos lotes diante do temor de uma intensificação no ritmo das quedas de preço. Por outro lado, alguns vendedores limitam o volume ofertado, mantendo o foco no desenvolvimento da segunda safra.

O Cepea destaca que o retorno das chuvas em algumas regiões produtoras nos últimos dias melhorou as expectativas para a segunda safra. Além disso, as dificuldades logísticas diminuíram devido à maior disponibilidade de caminhões.

  • O valor do milho (10/04) é de R$ 85,57
Trigo: baixa oferta doméstica impulsiona alta de preços e aumenta importações

Os preços do trigo continuam em trajetória de alta no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento é impulsionado pela baixa oferta doméstica do cereal neste período de entressafra. A reduzida disponibilidade interna e o consequente aumento dos preços no Brasil têm elevado as importações de trigo.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Cepea, revelam que o Brasil importou 651,79 mil toneladas de trigo em março de 2025. Esse volume é 12% superior ao de fevereiro de 2025 e 27,6% maior que o registrado em março de 2024. O preço médio de importação foi de US$ 234,07/tonelada em março, o que equivale a R$ 1.344,25/tonelada em moeda nacional, tornando o trigo importado mais competitivo que o valor praticado no mercado doméstico.

No acumulado de 2025 (janeiro a março), as importações de trigo totalizaram 1,951 milhão de toneladas, um aumento de 18% em relação ao primeiro trimestre de 2024, ainda de acordo com dados da Secex.

Quanto às exportações de trigo, o Brasil embarcou 280,06 mil toneladas em março de 2025, o menor volume deste ano. O total exportado nos primeiros três meses de 2025 foi de 1,46 milhão de toneladas, 28% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.

Confira os valores do trigo (10/04):

  • Paraná: R$ 1.561,53
  • Rio Grande do Sul: R$ 1.465,02
Perspectivas:

As próximas semanas indicam que a soja seguirá influenciada pela colheita brasileira e pelo cenário comercial internacional, com a demanda de exportação podendo sustentar os preços domésticos. O mercado de milho deverá observar o avanço da colheita da primeira safra e o desenvolvimento da segunda, com a demanda interna sendo crucial para a definição dos preços. Já o trigo, impulsionado pela baixa oferta doméstica, deve manter os preços elevados e o volume de importações, com a dinâmica cambial e os preços internacionais também exercendo influência.

Fatores que influenciam o mercado:
  • Oferta e Demanda Global: O equilíbrio entre a produção mundial de grãos e a demanda por consumo humano, ração animal e biocombustíveis é um fator primordial na determinação dos preços. Variações na produção em grandes países produtores ou alterações significativas na demanda global impactam diretamente os mercados.
  • Condições Climáticas: Eventos climáticos adversos, como secas, inundações, geadas e ondas de calor, em importantes regiões produtoras podem afetar drasticamente as expectativas de colheita e, consequentemente, os preços dos grãos.
  • Políticas Governamentais e Comércio Internacional: Tarifas de importação e exportação, subsídios agrícolas, acordos comerciais e barreiras não tarifárias implementadas por diferentes países exercem grande influência sobre o fluxo de comércio e os preços dos grãos nos mercados internacionais e domésticos.
  • Taxa de Câmbio: Para países como o Brasil, a taxa de câmbio tem um impacto significativo nos preços dos grãos, especialmente para aqueles voltados à exportação. A valorização ou desvalorização da moeda local frente ao dólar americano afeta a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e os preços internos.
  • Custos de Produção e Insumos: Os custos dos principais insumos agrícolas, como fertilizantes, defensivos, sementes e combustíveis, influenciam a rentabilidade dos produtores e, em última instância, a oferta e os preços dos grãos. A alta nos custos de produção pode levar a uma menor oferta e preços mais elevados.

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