
A produção global de ração animal totalizou 1,396 bilhão de toneladas métricas em 2024, com um aumento de 1,2% em relação ao ano anterior, segundo o relatório Agri-Food Outlook da Alltech. Apesar do crescimento geral, a produção de ração para suínos caiu 0,6%, atingindo 369,3 milhões de toneladas, sendo o único setor entre os principais segmentos a registrar retração.
Essa queda foi atribuída, sobretudo, aos efeitos persistentes da Peste Suína Africana (PSA) e às pressões econômicas enfrentadas em regiões como África, Oriente Médio, Ásia-Pacífico e Oceania. Mesmo com avanços na Europa e nas Américas, os desafios sanitários e de custo ainda comprometem a recuperação global do setor suinícola.
O estudo, baseado em dados de 142 países e mais de 28 mil fábricas de ração, mostrou que China, Estados Unidos, Brasil e Índia respondem por mais da metade da produção mundial de ração (52%). Quando somados aos seis países seguintes (México, Rússia, Espanha, Vietnã, Turquia e Japão), as dez principais nações concentram 65,6% da produção global.
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Frango de corte e postura sustentam avanço
A demanda por frangos de corte, especialmente em regiões como Ásia-Pacífico e América Latina, impulsionou um crescimento de 1,8% na produção de ração para esse segmento, que alcançou 385,4 milhões de toneladas (27,6% da produção total). A acessibilidade da carne de frango frente à carne vermelha foi um fator decisivo, aliado à melhora de renda em alguns países africanos.
Já a ração para aves de postura cresceu 1,4%, somando 173 milhões de toneladas. O avanço foi modesto devido a surtos de doenças na América do Norte e a um excesso de oferta em certas regiões. No entanto, Ásia-Pacífico, África e América Latina mantiveram demanda aquecida, especialmente pela busca por ovos como fonte de proteína acessível.
Laticínios e bovinos em expansão
A produção de ração para gado leiteiro cresceu 3,2%, atingindo 165,5 milhões de toneladas, impulsionada por preços favoráveis do leite e pela intensificação da produção, especialmente na Ásia-Pacífico, África e América Latina. Na Oceania, a dependência de pastagens levou a uma leve queda.
A produção de ração para bovinos de corte também subiu, com alta de 1,8% e total de 134,1 milhões de toneladas. A demanda por exportações, combinada à escassez de forragem em certas regiões, fez com que os produtores recorressem mais às rações comerciais.
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Aquicultura e pet food mostram tendências opostas
A produção global de ração para aquicultura caiu 1,1%, somando 52,9 milhões de toneladas. O recuo é reflexo de dificuldades na Ásia-Pacífico e América do Norte, devido a doenças, eventos climáticos extremos e pressões de custo. Em contrapartida, América Latina, Europa e África apresentaram avanços.
No setor de alimentos para animais de estimação, o crescimento foi expressivo: 4,5%, totalizando 37,7 milhões de toneladas. A tendência de “humanização” dos pets e a valorização de dietas premium foram os principais vetores, com destaque para o crescimento na África (60%) e na Ásia-Pacífico.
O relatório conclui que biosseguridade, inovação e estabilidade nos custos serão fatores determinantes para o crescimento futuro da indústria global de nutrição animal.
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Referência: Pig Progress