A suinocultura ucraniana atravessa um de seus momentos mais críticos dos últimos anos, impulsionada por uma onda agressiva de surtos de Peste Suína Africana (PSA). Segundo Nikolay Babenko, diretor da Associação Ucraniana da Indústria de Carnes, a disseminação do vírus nas regiões oeste e central do país provocou um colapso de 20% nos preços da carne suína desde outubro. O impacto financeiro nas grandes granjas tem sido severo, desestabilizando toda a cadeia produtiva.
O cenário de crise é agravado por uma falha grave na conduta sanitária: a tentativa de comercialização de animais infectados. De acordo com os serviços sanitários locais, essa prática, adotada por produtores na tentativa de mitigar prejuízos, gerou um excesso de oferta no mercado que deprimiu as cotações e, pior, desencadeou uma “reação em cadeia” de reinfecções. O descarte inadequado e a circulação de carne contaminada têm dificultado o controle da doença, frustrando qualquer expectativa de lucro que os suinocultores pudessem ter com a demanda de fim de ano.
Para 2026, as projeções são alarmantes. Analistas alertam que os preços pagos ao produtor podem regredir aos patamares de 2024, situando-se abaixo do custo operacional. “Este é o pior cenário para os produtores […] Há uma possibilidade de o setor encolher significativamente”, alertou Babenko. O risco iminente é de uma recessão profunda, com o fechamento em massa de instalações e a saída definitiva de suinocultores que, descapitalizados pelas oscilações de mercado e pelas perdas sanitárias, não terão condições de retomar a atividade.
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Referência: Pig Progress
