
Dois surtos de Peste Suína Africana (PSA) foram relatados em fazendas industriais na Estônia no mês passado, levantando preocupações sobre uma nova epidemia na região do Báltico.
Quase 6.000 suínos devem ser abatidos devido a um surto na fazenda de suínos Kisla, na região de Kastre, no sudeste do país, conforme comunicado do Conselho Agrícola e Alimentar em 18 de julho. Este novo caso foi registrado menos de um mês após a doença atingir outra fazenda industrial, a fazenda Tempo, em Viljandimaa, onde mais de 2.700 suínos domésticos foram sacrificados em 28 de junho.
Impactos nas Exportações e Nova Onda da Doença
Esses surtos já interromperam o comércio com países vizinhos. A Atria, importante fabricante de alimentos da Finlândia, suspendeu as importações de carne suína da Estônia devido a riscos veterinários, estimando um prejuízo líquido de cerca de 0,6 milhão de euros em seus negócios devido à interrupção da cadeia de suprimentos.
Arvo Viltrop, professor de biologia veterinária e medicina populacional na Universidade Estoniana de Ciências da Vida, alertou em uma entrevista que esses surtos podem marcar o início de uma onda prolongada da epidemia de PSA na Estônia, que pode persistir pelos próximos dois anos. Ele atribui o ressurgimento da PSA no país ao crescimento da população de javalis na região, que quase dobrou o nível recomendado. A última epidemia de PSA na Estônia começou em 2014 e atingiu seu clímax em 2016.
Desafios no Controle da População de Javalis
Nos últimos anos, os caçadores não conseguiram reduzir a população de javalis, apesar dos esforços significativos. Segundo Viltrop, muitas fazendas no país não conseguem proteger adequadamente seus territórios, nem mesmo instalar uma cerca apropriada para manter os javalis afastados, o que contribui para a disseminação do vírus.
Referência: Pig Progress











