
A suinocultura chinesa, maior do mundo, enfrenta margens extremamente apertadas ou até negativas. Segundo o relatório mais recente do World Swine Market Report, o preço médio nacional do suíno vivo no país está em 14,92 RMB/kg, o equivalente a 94,77 dólares por libra peso vivo. Para grandes produtores, o custo médio de produção varia entre 15 e 17 RMB/kg, deixando pouco ou nenhum espaço para lucro. Pequenos criadores, com eficiência menor, enfrentam custos ainda mais altos — entre 17 e 20 RMB/kg — e têm registrado prejuízos.

Tabela mundial de preços de suínos em julho de 2025. Fonte: Genesus
Por outro lado, o mercado de leitões (feeder pigs) permanece aquecido. O preço médio de um leitão de 20 kg (44 libras) na China chega a 102,86 dólares, um dos valores mais altos do mundo. Nesse segmento, a estimativa é de que os produtores tenham lucro entre 36 e 56 dólares por animal comercializado.
A conjuntura desfavorável — alimentada por custos elevados de ração, problemas sanitários persistentes e excesso de oferta — levou o governo chinês a anunciar medidas emergenciais. Entre elas, está a redução do plantel nacional de matrizes suínas em 1 milhão de cabeças, que passará dos atuais 40,38 milhões para conter o excedente de carne suína e aliviar pressões deflacionárias na economia.
Além disso, novas regras foram implementadas, como a proibição de alimentar animais que já atingiram o peso de abate apenas para engordá-los ainda mais antes da venda — prática considerada um dos fatores que pioraram o desequilíbrio entre oferta e demanda e derrubaram os preços.
O objetivo das autoridades é restaurar um equilíbrio mais saudável no mercado interno e mitigar a deflação, que já dura oito trimestres consecutivos — o período mais longo das últimas quatro décadas. Com o crescimento do PIB em desaceleração, o mercado imobiliário em recessão profunda, desemprego juvenil acima de 20% e tensões comerciais globais elevadas, a carne suína, além de ser alimento essencial, ocupa um papel estratégico na estabilidade econômica e social da China.
Para 2025, a expectativa é que o setor siga pressionado e que apenas produtores especializados em leitões consigam manter rentabilidade consistente.