
A suinocultura industrial consolidou-se definitivamente como a grande força motriz da economia de Santa Catarina em 2025, sendo responsável por cerca de 25% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
O ano encerrou com o setor mantendo sua hegemonia no cenário nacional, assegurando mais uma vez o posto de maior produtor e exportador de carne suína do Brasil. Essa performance robusta reafirma a importância estratégica da atividade não apenas para o agronegócio, mas para o desenvolvimento econômico global do território catarinense.
Ao analisar o balanço anual, José Antônio Ribas Júnior, presidente do Sindicarne, classificou os resultados como históricos. A liderança de Santa Catarina é incontestável nos números: o estado respondeu por 51,2% de todo o volume exportado pelo país e abocanhou 51,9% da receita cambial do setor. Para atender a gigantes como Japão, China e Filipinas, a agroindústria local ampliou sua produção em 5,9%, alcançando a melhor receita da série histórica com uma alta de 12,5%, mesmo diante de um aumento de 6,1% nos custos operacionais.
No contexto nacional, o desempenho catarinense impulsionou os números do Brasil, que deve fechar o ano com produção de 5,55 milhões de toneladas (+4,6%) e exportações de 1,49 milhão de toneladas (+10%). Para 2026, a ABPA e o Sindicarne projetam continuidade na expansão, com a produção nacional podendo chegar a 5,7 milhões de toneladas e o consumo per capita brasileiro subindo para 19,5 kg. O setor mantém o foco em garantir o abastecimento interno enquanto exporta os excedentes.
Entretanto, para sustentar esse crescimento em 2026, o setor cobra soluções urgentes para gargalos históricos. Ribas Júnior alerta que a cadeia produtiva, especialmente no Oeste (principal polo produtor), vive um contraste perigoso entre a eficiência da porteira para dentro e a precariedade da infraestrutura logística. A lista de reivindicações inclui a duplicação da BR-282, a recuperação emergencial da BR-163 e da SC-283, além da viabilização de ferrovias (Leste-Oeste e Norte-Sul) e melhorias no fornecimento de energia elétrica e gás industrial, essenciais para reduzir o “Custo Brasil” que penaliza a competitividade.
Referência: Rc Online












