
O mercado global de suínos sofreu uma nova reviravolta sanitária que pode beneficiar diretamente a balança comercial brasileira. O Ministério da Agricultura das Filipinas anunciou a suspensão temporária das importações de suínos e produtos derivados provenientes da Espanha e de Taiwan. A medida drástica foi tomada em resposta à confirmação de surtos de Peste Suína Africana (PSA) em ambos os territórios, criando uma lacuna de oferta que tende a ser preenchida pelos exportadores do Brasil, atuais líderes no fornecimento para o arquipélago asiático.
A decisão de Manila visa blindar o rebanho local contra a enfermidade viral. “Temos que ser vigilantes na prevenção de novas infecções por PSA para proteger empregos e investimentos”, declarou o ministro da Agricultura filipino, Francisco Tiu Laurel. O bloqueio à Espanha, maior produtor da União Europeia, ocorre após a notificação oficial à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 28 de novembro, confirmando a presença do vírus em javalis na região de Barcelona. As autoridades filipinas determinaram a revogação automática das autorizações de importação vigentes, abrindo exceção apenas para cargas de produtos congelados produzidos na Espanha até 11 de novembro e embarcados até 4 de dezembro.
Para o agronegócio brasileiro, o cenário desenha uma janela estratégica de expansão. As Filipinas já se consolidaram como o principal destino da carne suína do Brasil em 2025: entre janeiro e novembro, o país importou 350,1 mil toneladas do produto nacional, um salto de 49,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Com a saída temporária de um concorrente de peso como a Espanha, a tendência é que a demanda filipina se concentre ainda mais nos fornecedores brasileiros para garantir o abastecimento interno.
Referência: Money Times











