
O agronegócio brasileiro, especificamente a cadeia de grãos, deve continuar se beneficiando da política de segurança alimentar da China. Embora o país asiático esteja focado em sua autossuficiência na produção de carnes, o crescimento do seu gigantesco plantel suíno garante uma demanda robusta e contínua pela soja brasileira, utilizada como principal insumo para a ração animal.
A produção de carne suína na China apresentou um crescimento de 7% no terceiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando quase 14 milhões de toneladas. Este aumento é resultado de uma política governamental chinesa para equilibrar a oferta interna e reduzir os preços ao consumidor, o que acabou gerando um excesso de oferta no mercado local.
Segundo Vitor Moura, analista e diretor de marketing da Câmara Brasil-China, a estratégia de Pequim é clara: garantir a autossuficiência em alimentos estratégicos, incluindo o plantel suíno, que já representa cerca de metade de todo o rebanho mundial. “A suinocultura é um dos pilares da segurança alimentar chinesa”, afirma Moura.
Embora essa política limite o espaço para a importação de carne suína brasileira, ela cria um efeito indireto positivo para o Brasil. Para alimentar esse rebanho massivo, a China se mantém como um comprador voraz de insumos. “Isso […] mantém forte demanda por insumos, o que beneficia o agronegócio brasileiro”, conclui o analista, referindo-se à exportação de soja e farelo.
Referência: Canal Rural











