
Há oito anos, a indústria suína dos Estados Unidos deparou-se com um dado alarmante: 35% dos porcos nascidos no país nunca chegavam à cadeia alimentar. Reconhecendo que isso representava tanto uma falha ética de bem-estar animal quanto um modelo de negócio insustentável, o Conselho Nacional da Carne Suína (National Pork Board) lançou uma ofensiva baseada na ciência e na colaboração: o Projeto de Melhoria da Habitabilidade dos Suínos.
Em parceria com a Fundação para Pesquisa em Alimentos e Agricultura, o projeto adota uma abordagem prática e “altruísta”. Pesquisadores e estudantes universitários saem dos laboratórios e entram nas granjas comerciais para coletar dados reais. O foco abrange desde problemas complexos, como o prolapso de órgãos pélvicos, até manejos diários, como protocolos de amamentação dividida e alimentação com papa. A filosofia é de dados abertos: todas as descobertas são publicadas para beneficiar a indústria globalmente, sem segredos comerciais.
Os resultados começam a aparecer. Após nove anos de tendências de alta na mortalidade, o último ano registrou as primeiras reduções nos índices. Além de validar ou refutar práticas de manejo, o programa já capacitou mais de 80 estudantes (graduação e pós), preparando a próxima geração de decisores do setor. Com um aporte extra de US$ 1,5 milhão vindo da própria indústria, o projeto prova que os produtores estão ávidos por informação técnica para melhorar a qualidade de vida dos animais e a eficiência das granjas.
Referência: Pork Business












