Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 69,04 / kg
Soja - Indicador PRR$ 135,39 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 141,75 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,69 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,83 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,45 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,38 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,27 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,37 / kg
Ovo Branco - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 136,24 / cx
Ovo Branco - Regional BrancoR$ 138,97 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 149,65 / cx
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 152,05 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 129,21 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 144,74 / cx
Frango - Indicador SPR$ 8,11 / kg
Frango - Indicador SPR$ 8,12 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.192,98 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.028,62 / t
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 142,14 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 135,29 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 125,69 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 152,07 / cx

Internacional

Conflito ambiental na Orinoquía colombiana: a expansão da agroindústria suína em terras indígenas

Saiba mais sobre a degradação ambiental causada pela agroindústria suína na Orinoquía colombiana e suas consequências para os indígenas

Conflito ambiental na Orinoquía colombiana: a expansão da agroindústria suína em terras indígenas

O crescimento da produção agroindustrial no departamento de Meta, na Orinoquía colombiana, liderado pelo grupo empresarial Aliar, está sendo associado à grave contaminação fluvial, degradação ambiental e ao deslocamento forçado do povo indígena Sikuani.

A Aliar, a única empresa na região a cultivar soja e milho para ração de suínos, transformou 40 mil hectares desde 2007 em um polo que hoje alimenta 880 mil porcos e produz cem milhões de quilos de carne por ano.

1. Contaminação de dejetos do Rio Muco

Moradores Sikuani, como Santiago (identidade preservada), relatam que os rios que antes eram ricos em mais de 750 espécies de peixes, como o Muco, não têm mais vida. A culpa é atribuída ao descarte inadequado de resíduos da Aliar.

  • Análise Laboratorial: Uma amostra de água do Rio Muco coletada em agosto e analisada pelo laboratório Tecnoambiental revelou contaminação grave.
  • Resultado Chocante: O laboratório identificou 313 mil microrganismos/100 ml de coliformes fecais. O limite legal colombiano para água de uso recreativo é de 200/100 ml, o que significa que o Rio Muco está 1.565 vezes acima do limite legal.
  • Riscos à Saúde: Os altos níveis de coliformes totais e a presença da bactéria E. coli tornam a água perigosa para contato humano e irrigação, podendo causar surtos gastrointestinais e dermatológicos.
  • Relatos de Descarte: Ex-funcionários da Aliar afirmam que a empresa descarta fezes e urina dos porcos em grandes fossas ou diretamente em áreas montanhosas e próximas às moricheras (áreas úmidas) da região, sem tratamento suficiente, o que coincide com a poluição da água e o mau cheiro relatado pelos moradores.

2. Impactos na Saúde e Deslocamento Indígena

A poluição fluvial compromete diretamente a subsistência do povo Sikuani, que depende da pesca e dos corpos d’água.

  • Sintomas de Saúde: Moradores relatam dores de cabeça, resfriados e crises de espirros, atribuindo os problemas ao cheiro horrível e à poluição da água.
  • Mortes Atribuídas: Erminsu Gaitán, morador da comunidade deslocada de Barrulia, atribuiu a morte de seu neto, Axel Gaitán Chipiaje, em maio de 2024, à poluição da água nas proximidades das fazendas da Aliar.
  • Deslocamento e Propriedade: Milhares de hectares de território Sikuani foram tomados à força ao longo do tempo. Maria Blanca Carranza, esposa de um comandante paramilitar, vendeu 16 mil hectares dessas terras para a Aliar, ligando o crescimento da empresa a um histórico de grilagem de terras e deslocamento forçado.

3. Crise Ambiental e Climática

A expansão da agroindústria suína está diretamente ligada à destruição do bioma nativo e tem implicações climáticas graves:

  • Destruição da Savana: A monocultura mecanizada de soja e milho está substituindo a savana nativa e as moricheras, levando ao desaparecimento de fauna (tamanduás, gambás, aves migratórias). O Instituto Humboldt indica que 491 espécies da Orinoquía estão ameaçadas.
  • Gestão de Carcaças: Ex-funcionários relataram que a Aliar joga porcos mortos (30 a 50 por dia, entre leitões e animais adultos) em buracos próximos a moricheras, um ato que configura crime ambiental.
  • Risco Climático das Turfeiras: As áreas úmidas da Orinoquía contêm turfeiras que, segundo pesquisa de Scott Winton, têm uma densidade de carbono por área quatro a dez vezes maior do que a Floresta Amazônica. A destruição das moricheras pela Aliar pode ter contribuído para a emissão desse carbono, agravando as mudanças climáticas.

O Ministério do Meio Ambiente da Colômbia delegou a fiscalização à autoridade regional (Corporação La Macarena), que não apresentou registros públicos de monitoramento nas terras da Aliar. A empresa não se manifestou sobre a gestão de águas residuais.

Referência: Dialogue Earth