
Um impasse estatístico tomou conta do setor de suinocultura no Reino Unido após a divulgação dos dados mais recentes pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra). Segundo o órgão governamental, o rebanho reprodutor suíno do país encolheu 3,2% no ano encerrado em junho de 2025, totalizando apenas 316.000 cabeças, o menor volume já registrado na série histórica. No entanto, a validade desses números foi imediatamente questionada pela AHDB (Agriculture and Horticulture Development Board), entidade que representa os produtores, apontando possíveis falhas na metodologia de cálculo.
Enquanto os dados oficiais desenham um cenário de retração severa na base produtiva, o censo geral mostrou um leve crescimento de 0,5% no rebanho total (4.739.000 cabeças), sustentado exclusivamente pelo aumento de 0,9% nos suínos de engorda. Para a AHDB, a discrepância nos números de matrizes pode ser fruto de um “viés de não resposta” na pesquisa do Defra, que extrapola dados de uma amostra de fazendas comerciais para o nível nacional. A entidade projetava, na verdade, um crescimento de 3% no rebanho reprodutor, baseando-se em outros indicadores de mercado.
Os dados detalhados do Defra mostram quedas em quase todas as categorias reprodutivas: número de porcas (-1,5%), leitoas prenhes (-7,7%) e leitoas de reposição (-2,4%). Regionalmente, o relatório aponta cenários divergentes: enquanto a Inglaterra (-4%) e a Escócia (-17%) teriam sofrido reduções drásticas, a Irlanda do Norte teria crescido 10% — outro ponto que a AHDB contesta ao cruzar com dados da plataforma eMB e KPIs da Agrovision, que indicam estabilidade ou quedas muito mais suaves.
Referência: Pig World












