
A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) reuniu, em São Paulo, no início de dezembro, executivos do alto escalão de algumas das principais redes de varejo alimentar do país para uma discussão estratégica sobre o futuro do mercado de carnes no Brasil. Juntos, os grupos representados no encontro somam cerca de R$ 200 bilhões em faturamento anual, o que dá a dimensão do peso econômico e da capacidade de influência do público presente.
A iniciativa teve como objetivo aprofundar o diálogo entre a suinocultura e o varejo, setor responsável pela decisão final sobre espaço, posicionamento e comunicação dos produtos ao consumidor. Em um formato reservado, voltado a tomadores de decisão, participaram diretores comerciais, gestores e compradores de redes consideradas determinantes para a ampliação do consumo da carne suína no mercado interno, como Carrefour, Cencosud, GPA, Swift e redes regionais com forte presença local.
O debate girou em torno dos desafios enfrentados pela cadeia de proteínas nos próximos anos, com ênfase nas projeções para 2026. Questões como comportamento do consumidor, competitividade entre carnes, sensibilidade ao preço e mudanças nos padrões de compra estiveram no centro da agenda. A leitura de mercado foi conduzida pelo consultor Iuri Machado, que apresentou dados e tendências capazes de orientar decisões estratégicas do varejo no médio prazo.
Além da análise econômica, o encontro abriu espaço para uma troca direta de percepções entre os executivos. A discussão revelou preocupações comuns, prioridades distintas entre as redes e oportunidades concretas para ampliar a presença da carne suína nas gôndolas. Temas como comunicação ao consumidor, regularidade de oferta e alinhamento entre produção e demanda apareceram como pontos-chave para o avanço do produto no varejo.
A ABCS avalia que esse tipo de aproximação é essencial para reduzir distâncias históricas entre o setor produtivo e o mercado consumidor. Para o presidente da entidade, Marcelo Lopes, a construção conjunta de informações qualificadas tem fortalecido a confiança do varejo na cadeia da suinocultura e contribuído para apresentar, de forma mais clara, a realidade da produção brasileira.
Do lado das redes varejistas, a avaliação foi positiva. Para o diretor comercial da Cencosud Brasil, Christianno Sanguinetti, encontros com esse perfil permitem acesso direto a dados de produção, visão de mercado e perspectivas futuras, além de estimular a troca entre executivos do setor. O executivo destacou ainda iniciativas coordenadas pela ABCS, como a Semana Nacional da Carne Suína, hoje integrada ao calendário do grande varejo e reconhecida como ferramenta efetiva de estímulo às vendas.
Ao promover esse diálogo, a ABCS reforça seu papel como elo entre produção, indústria, varejo e consumidor final. Em um cenário de concorrência crescente entre proteínas animais, a entidade aposta na informação, na coordenação estratégica e na proximidade com o mercado como caminhos para ampliar o consumo da carne suína e sustentar o desenvolvimento da suinocultura brasileira.












