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#TBT Agrimidia: Novas descobertas no controle da coccidiose em frangos de corte em 1987

#TBT Agrimidia: Novas descobertas no controle da coccidiose em frangos de corte em 1987

Na edição nº 932 de 1987 da Avicultura Industrial, a coccidiose representava um dos maiores desafios sanitários na avicultura, exigindo avanços constantes no desenvolvimento de novas estratégias de controle. No VI Seminário Internacional de Patologia Aviária, realizado em 1986, nos Estados Unidos, uma pesquisa científica revelou importantes descobertas sobre a eficácia dos anticoccidianos disponíveis no mercado.

O estudo, conduzido por renomados pesquisadores da Universidade da Geórgia (EUA), da UFMG (Brasil) e do laboratório Merck Sharp and Dohme, analisou 60 cepas de coccídias isoladas de granjas da Argentina e do Brasil. Entre os medicamentos testados, a Maduramicina e a Nicarbazina demonstraram os melhores resultados no controle da doença, destacando-se pela redução das lesões intestinais e pelo impacto positivo no ganho de peso dos frangos.

Os pesquisadores reforçaram que a escolha do anticoccidiano deve considerar as particularidades de cada granja, uma vez que a resistência das coccídias pode variar conforme o histórico de uso dos medicamentos. A alternância de fármacos e o monitoramento contínuo foram apontados como estratégias essenciais para manter a eficácia dos tratamentos e reduzir perdas produtivas.

Décadas depois, o manejo da coccidiose continua evoluindo, com novas combinações de drogas e estratégias vacinais. No entanto, os desafios da resistência aos anticoccidianos ainda exigem atenção constante dos avicultores para garantir a sanidade e a eficiência dos plantéis.

Texto na íntegra:

Novas descobertas no controle da coccidiose em frangos de corte

Quais produtos apresentam melhor desempenho no combate à coccidiose em frangos de corte? Como se comportam as novas drogas disponíveis no mercado? Qual a influência dessas substâncias no ganho de peso dos lotes?

Essas foram algumas das perguntas que motivaram uma pesquisa científica cujos resultados foram apresentados no VI Seminário Internacional de Patologia Aviária, realizado em 1986, em Athens, Geórgia (EUA). O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Dr. Larry R. McDougald (Universidade da Geórgia, EUA), Dr. José Maria Lamas da Silva (UFMG, Brasil) e Dr. Juan Solis (Laboratório Merck Sharp and Dohme, EUA). A investigação envolveu cepas de coccídias de campo isoladas em granjas comerciais de frangos de corte na Argentina e no Brasil.

Metodologia

Foram isoladas 60 cepas de coccídias diretamente das granjas, por meio de amostras fecais frescas, permitindo uma análise mais representativa das manifestações da doença em diferentes regiões. Esse método garantiu que os estudos se baseassem em coccídias típicas do campo, em vez de espécies obtidas em laboratório.

Os critérios de avaliação incluíram a análise do Índice Anticoccidiano (IAC), o percentual de redução das lesões intestinais e o impacto no ganho de peso dos lotes. Quando a redução das lesões foi inferior a 50%, a cepa foi considerada resistente ao medicamento testado. Já em relação ao ganho de peso, observou-se resistência ou baixa sensibilidade sempre que os valores foram iguais ou inferiores a 75% em comparação às aves controle.

Resultados

Os estudos apontaram que a Maduramicina e a Nicarbazina foram as drogas que apresentaram os melhores resultados no controle da coccidiose. A resistência às drogas anticoccidianas variou entre os diferentes isolados, mas foi observado que, em muitos casos, os ionóforos, como a Maduramicina, mostraram maior eficácia.

Segundo os pesquisadores, a escolha do anticoccidiano deve levar em consideração a situação específica de cada granja, visto que a resistência das coccídias pode variar de acordo com a região e o histórico de uso dos medicamentos. O estudo reforça a importância da alternância de fármacos e do monitoramento contínuo para evitar a perda de eficácia no controle da coccidiose em frangos de corte.