
A recente exigência de impressão de informações diretamente nas cascas de ovos no Brasil, estabelecida pelo Decreto nº 1.179 do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), sinaliza um marco importante na segurança alimentar e na transparência do setor. Com a obrigatoriedade válida a partir de março, a medida promete transformar não apenas a experiência do consumidor, mas também a dinâmica da cadeia produtiva, reforçando o compromisso do país com a qualidade e a rastreabilidade dos alimentos.
A regulamentação exige que ovos destinados ao consumo direto — especialmente os vendidos sem embalagem tradicional de papelão — apresentem informações como validade, classificação, nome do produtor e número de registro. Essa mudança é um reflexo do crescimento da avicultura brasileira, que, com uma produção anual superior a 52 bilhões de ovos, ocupa a sétima posição mundial, de acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
Segurança e Confiança para o Consumidor
A medida fortalece a confiança do consumidor ao permitir o acesso imediato a dados essenciais sobre a procedência e a qualidade dos produtos. Essa rastreabilidade é vital em um mercado que busca cada vez mais segurança alimentar e transparência, alinhando-se a demandas globais por práticas sustentáveis e éticas.
Além disso, a impressão direta nas cascas dificulta fraudes, um problema recorrente em mercados menos regulados. Segundo Ramon Grasselli, gerente comercial da Soma Solution, a iniciativa também contribui para a conformidade com padrões internacionais, elevando o patamar da produção brasileira e ampliando sua competitividade em exportações.
Transformação Tecnológica no Setor
A implementação dessa regulamentação exige investimentos significativos da indústria em tecnologia. Impressoras modernas, como a codificadora 9750 da Markem-Imaje, têm se mostrado uma solução eficiente e sustentável. Com tintas homologadas pela Anvisa, essas máquinas oferecem alta precisão e velocidade na impressão, além de reduzir impactos ambientais, como a emissão de compostos orgânicos voláteis (COV).
Essa transformação, embora desafiadora para algumas empresas, representa um passo necessário para a modernização do setor. Ao adotar tecnologias que melhoram a eficiência operacional e diminuem os custos de manutenção, o setor avícola se prepara para atender às novas exigências legais e às demandas de consumidores mais atentos e exigentes.
Impactos e Perspectivas
A nova regulamentação deve criar um padrão de transparência no setor, elevando a percepção de qualidade dos produtos brasileiros tanto no mercado interno quanto no externo. Para os produtores, o desafio está em integrar a inovação tecnológica ao processo produtivo sem comprometer a competitividade.
Por outro lado, para os consumidores, essa medida representa um avanço no acesso à informação, permitindo decisões de compra mais conscientes e confiáveis. Ao longo do tempo, essa iniciativa poderá fortalecer a reputação do Brasil como um dos principais players no mercado avícola global.
O futuro dessa transformação dependerá do equilíbrio entre inovação e acessibilidade, mas uma coisa é certa: a impressão de informações nas cascas de ovos é mais do que uma exigência legal. Trata-se de um marco para a evolução do setor, garantindo qualidade, segurança e transparência a um dos alimentos mais presentes na mesa do brasileiro.
Referência: MAPA