
A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) do Paraná, juntamente com o Sistema FAEP, Sistema Ocepar, Fetaep e Unicafes Paraná, encaminhou uma carta conjunta ao governo federal, solicitando medidas de auxílio emergencial para o setor agropecuário do estado. O documento, endereçado à Ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ao Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e ao Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expõe a situação crítica de milhares de produtores rurais.
O setor acumula prejuízos decorrentes de eventos climáticos recorrentes desde 2017. O documento destaca a quebra de safra de soja em 2021/22, que resultou em uma redução de 40% na produção estadual, e as perdas em 2025 devido a novas tempestades, ventos fortes e granizo, que destruíram lavouras, aviários e estruturas de armazenagem.
A carta também enfatiza a grave crise enfrentada pela cadeia produtiva do leite, que sustenta milhares de agricultores familiares e é impactada pela queda no preço pago ao produtor, aumento dos custos e concorrência com produtos importados.
Marcelo Garrido, chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, ressalta que a carta reconhece o avanço da Lei estadual nº 22.765/2025, que proíbe a reconstituição de leite em pó e derivados importados para consumo no Paraná. No entanto, o documento reforça a necessidade de novas ações federais para restabelecer a capacidade de pagamento e promover o reequilíbrio financeiro das propriedades rurais.
As entidades pedem que o governo federal restaure o propósito original da Medida Provisória nº 1.314/2025, que previa o uso de recursos para liquidação ou amortização de dívidas de produtores rurais afetados por eventos climáticos. A Resolução CMN nº 5.247/2025 é criticada por ter restringido o alcance da MP, ao impor critérios que excluíram grande parte dos produtores paranaenses, como a exigência de decretos de emergência municipais e perdas mínimas de 20% em dois dos três principais cultivos locais.











