
O agronegócio paulista encerrou os onze primeiros meses de 2025 com desempenho sólido e crescente relevância no comércio exterior. O estado registrou superávit de US$ 21,07 bilhões, resultado de US$ 26,35 bilhões em exportações e US$ 5,28 bilhões em importações. As vendas do agro representaram 40,6% de tudo o que São Paulo exportou no período.
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, o resultado demonstra a força do setor e a eficiência das políticas públicas estaduais. Segundo ele, o avanço é sustentado por investimentos em ciência, infraestrutura e desburocratização, alinhados à qualificação dos produtores.
Principais produtos exportados
O desempenho paulista foi puxado por cinco grandes grupos, que juntos responderam por 75,5% dos embarques do agro:
- Complexo sucroalcooleiro – US$ 8,2 bilhões (31,3%), majoritariamente açúcar.
- Carnes – US$ 4 bilhões (15,2%), com destaque para a carne bovina (85,1%).
- Produtos florestais – US$ 2,7 bilhões (10,5%), liderados por celulose e papel.
- Sucos – US$ 2,6 bilhões (9,9%), quase totalmente suco de laranja.
- Complexo soja – US$ 2,2 bilhões (8,6%), principalmente soja em grão.
Entre os destaques positivos nas variações anuais estão café (+39,2%), carnes (+24,1%) e complexo soja (+1,3%). Já os grupos sucroalcooleiro, florestais e sucos registraram recuos.
Destinos do agro paulista
A China segue como principal parceira comercial, absorvendo 24,4% das exportações do estado, seguida pela União Europeia (14,3%) e pelos Estados Unidos (11,8%).
O tarifaço imposto pelos EUA a partir de agosto reduziu significativamente as compras norte-americanas: a queda chegou a 54,9% em novembro. Apesar disso, o país manteve a terceira posição entre os principais mercados do agro paulista. A reversão parcial das tarifas, anunciada em 20 de novembro, deve impulsionar os embarques nos próximos meses, especialmente para produtos como café, frutas, sucos, cacau e carne bovina.
Participação no agro nacional
São Paulo segue como segundo maior exportador do agronegócio brasileiro, com 17% de participação nacional, atrás apenas de Mato Grosso (17,3%).
Monitoramento e análise
A leitura mensal da balança comercial do agro é desenvolvida por Carlos Nabil Ghobril, diretor da Apta, ao lado dos pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta).











