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AGROINDÚSTRIA

JBS anuncia investimentos de R$ 15 bilhões no Brasil até 2026

Valor representa um aumento significativo em relação ao anúncio anterior feito pela J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que controlam a JBS

JBS anuncia investimentos de R$ 15 bilhões no Brasil até 2026

O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, anunciou na sexta-feira que o grupo planeja investir R$ 15 bilhões no Brasil até 2026. Esse valor representa um aumento significativo em relação ao anúncio anterior feito pela J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que controlam a JBS, que previa um investimento de R$ 3 bilhões.

Tomazoni fez o anúncio durante a inauguração das novas fábricas de salsicha e empanados no complexo industrial da empresa em Rolândia, no Paraná, diante de uma plateia que incluía autoridades, como o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin.

No entanto, é importante observar que pelo menos 80% desse investimento está condicionado ao sucesso do projeto de dupla listagem das ações da empresa. Este plano, anunciado três meses atrás, busca listar as ações tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, mas ainda depende da aprovação dos acionistas.

O BNDES mantém uma participação de 20,81% nas ações da JBS em seu portfólio de investimentos. Representando o banco estatal vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Serviços, Geraldo Alckmin estava presente no evento.

Tomazoni enfatizou: “O grupo J&F anunciou um investimento de R$ 38 bilhões até 2026. Nós, da JBS, estamos com um projeto de dupla listagem [de ações]. Se o nosso projeto for bem-sucedido, o investimento não será de R$ 38 bilhões, mas será de R$ 50 bilhões, com a criação de 50 mil empregos adicionais”.

A JBS planeja gerar 20 mil desses novos empregos, enquanto o restante será distribuído entre outras empresas do grupo, como Eldorado Brasil (celulose), Flora (produtos de higiene e limpeza), PicPay (serviços de pagamento) e J&F Mineração.

O projeto de dupla listagem das ações da JBS nos Estados Unidos não é algo novo. A primeira tentativa ocorreu em 2016, com a proposta de transferir a sede fiscal para a Irlanda e listar as ações nos EUA. Na época, o projeto enfrentou resistência do BNDES, que tinha uma participação maior e poder de veto. Com o término do acordo de acionistas, o banco estatal já não possui essa condição, mas ainda detém ações suficientes para influenciar o projeto.

Para garantir o máximo de votos favoráveis à dupla listagem, a JBS comunicou uma alteração na estrutura do projeto no mês passado. A empresa informou que os detentores de American Depositary Receipts (ADRs) da empresa também terão direito a voto na assembleia geral extraordinária que decidirá sobre a transação. A inclusão desses detentores de ADRs pode ser decisiva na votação, diminuindo a influência do BNDES na decisão, já que os controladores não terão direito a voto.