Os Estados Unidos dobraram as tarifas sobre as importações de aço e alumínio na quarta-feira (04), ativando um aumento nas tarifas sobre os metais importados de 25% para 50%, introduzido em março. O dia também marca o prazo do governo Trump para que os parceiros comerciais apresentem suas “melhores ofertas” para evitar novas tarifas de importação elevadas, previstas para entrar em vigor no início de julho.
Na semana passada, um tribunal federal de apelações restabeleceu temporariamente as tarifas mais abrangentes do presidente dos EUA, Donald Trump, apenas um dia após um tribunal comercial decidir que Trump havia excedido sua autoridade ao impor as taxas e ordenado seu bloqueio imediato.
A decisão do tribunal comercial teria reduzido a tarifa efetiva dos EUA para cerca de 6%, mas a suspensão emergencial do tribunal de apelações significa que ela permanecerá em cerca de 15% por enquanto, de acordo com estimativas da Oxford Research. Antes do retorno de Trump ao cargo em janeiro, a tarifa efetiva dos EUA sobre importações estava entre 2% e 3%.
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Em abril, Trump impôs uma tarifa de 10% à maioria dos países e suspendeu taxas mais altas a muitos parceiros comerciais por 90 dias. Essas taxas ainda estão programadas para entrar em vigor em 8 de julho, dependendo do resultado das ações judiciais.
Tarifas amplas
Um dos pilares da visão de Trump inclui uma implementação gradual de tarifas universais sobre todas as importações dos EUA.
Trump encarregou sua equipe econômica de elaborar planos para tarifas recíprocas sobre todos os países que tributam importações dos EUA e para neutralizar barreiras não tarifárias, como regras de segurança veicular que excluem automóveis americanos, bem como impostos sobre valor agregado que aumentam seu custo. Ele também visou diversos setores e está conduzindo investigações sobre certas importações que podem gerar tarifas adicionais.
Tarifas sobre os países
As propostas tarifárias de Trump têm como alvo vários parceiros comerciais importantes; alguns deles estão listados abaixo.
MÉXICO E CANADÁ: Canadá e México estão isentos das tarifas do “Dia da Libertação” dos EUA, anunciadas em 2 de abril, mas continuam sujeitos a taxas separadas de 25% impostas por decretos executivos assinados no início deste ano.
As tarifas, promulgadas em março sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (ISEA), visam importações de ambos os países devido a preocupações relacionadas à imigração ilegal e ao tráfico de fentanil. Embora a maioria dos produtos que atendem às regras de origem do USMCA sejam excluídos, setores-chave como automóveis, aço e alumínio ainda são afetados. Uma tarifa de 25% se aplica a conteúdo não americano em veículos e autopeças, mesmo que se qualifiquem sob o USMCA.
CHINA: Donald Trump disse na quarta-feira que o presidente chinês Xi Jinping é duro e “extremamente difícil de se fazer um acordo”, dias após o presidente dos EUA acusar a China de violar um acordo para reverter tarifas e restrições comerciais.
Os EUA e a China concordaram em 12 de maio com uma trégua de 90 dias, cortando as altas tarifas recíprocas impostas no início deste ano: Washington reduziu as taxas de 145% para 30%, e Pequim de 125% para 10%.
Mas Trump disse, na semana passada, que a China violou um acordo com os EUA para reverter mutuamente tarifas e restrições comerciais para minerais essenciais e emitiu uma nova ameaça velada de endurecer o relacionamento com Pequim.
As negociações comerciais continuam “um pouco estagnadas”, e um acordo final pode exigir intervenção direta de Trump e do presidente chinês Xi Jinping, disse recentemente o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
As tensões comerciais vêm se intensificando há meses. Trump impôs tarifas de 10% sobre produtos chineses em fevereiro devido a preocupações com o fentanil, com mais 10% adicionados em março. A China reagiu com tarifas de 10% a 15% e restrições às exportações. Em abril, os EUA aumentaram as tarifas para 54% e depois para 145%, levando Pequim a retaliar com uma taxa abrangente de 125% sobre produtos americanos antes que os dois países concordassem em reduzir as tarifas.
EUROPA: A atual taxa tarifária efetiva sobre produtos que os EUA importam da União Europeia é de cerca de 10%, depois que Trump suspendeu taxas mais altas sobre muitos parceiros comerciais por 90 dias.
Em 23 de maio, Trump propôs uma tarifa de 50% sobre todos os produtos da UE a partir de 1º de junho. Mais tarde, ele recuou dessa ameaça, restabelecendo o prazo de 9 de julho para negociações com Bruxelas.
Trump criticou o superávit comercial da UE com os EUA, exigindo maiores compras de petróleo e gás americanos, apesar dos limites de exportação do lado americano.
Depois que Trump impôs tarifas de 25%, atualmente em 50%, sobre todas as importações de aço e alumínio em março, a UE anunciou planos de impor contratarifas sobre 26 bilhões de euros (US$ 28 bilhões) em produtos dos EUA em abril, visando os impostos sobre metais de Trump.
GRÃ-BRETANHA: Os EUA e o Reino Unido negociaram um acordo comercial bilateral limitado que preserva as tarifas de 10% de Trump sobre as exportações britânicas, ao mesmo tempo em que expande modestamente o acesso agrícola para ambos os lados e alivia as altas taxas dos EUA sobre as importações de carros britânicos.
Como parte do acordo, as tarifas britânicas médias sobre produtos americanos cairão de 5,1% para 1,8%, embora a taxa de 10% sobre as exportações britânicas permaneça em vigor. Uma autoridade britânica observou que o acordo exclui a exigência de Washington de reestruturar o imposto britânico de 2% sobre serviços digitais sobre as receitas de marketplaces online.
Fonte: Reuters
