Com os preços dos ovos nos Estados Unidos em alta devido à disseminação do vírus da gripe H5N1 entre aves, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) aprovou condicionalmente uma vacina para proteger as aves. Essa aprovação pode levar o governo a considerar a vacinação de aves contra o H5N1, seguindo o exemplo de outras nações como China, França, Egito e México.
Embora muitos pesquisadores de influenza defendam a vacinação como uma ferramenta para controlar a disseminação do vírus, o governo dos EUA tem resistido a essa medida devido a preocupações políticas e comerciais. A aprovação do USDA pode indicar uma mudança nessa política, impulsionada pelas preocupações com os preços dos ovos. No entanto, mesmo com a aprovação condicional, o USDA ainda precisa aprovar o uso da vacina antes que os criadores possam começar a administrá-la, devido às regulamentações especiais aplicadas ao H5N1 e outros vírus de Influenza Aviária Altamente Patogênica (IAAP).
A vacina, produzida pela Zoetis, contém uma versão inativada de uma variante H5N2, projetada para funcionar contra as variantes circulantes do vírus H5N1. Essas variantes têm causado a morte de aves e até mesmo infectado vacas e alguns humanos. Pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA relataram que três veterinários de vacas apresentavam anticorpos para o vírus H5N1, sugerindo que o vírus pode estar mais disseminado em humanos do que se pensava anteriormente.
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A CEO da Zoetis, Kristin Peck, anunciou a aprovação da vacina. A Zoetis afirmou que a decisão de vacinar aves comerciais cabe às autoridades regulatórias nacionais, em consulta com o setor avícola local, e que possui aprovações para vacinas semelhantes em outros países. A Zoetis também teve uma versão anterior da vacina aprovada em 2016, que ficou no Estoque Veterinário Nacional até 2021, mas nunca foi utilizada.
As cepas de IAAP, como o atual H5N1, foram controladas por décadas por meio do abate de rebanhos afetados e medidas de biossegurança rigorosas. No entanto, essa estratégia falhou desde o surgimento, em fevereiro de 2022, de um vírus H5N1 pertencente a uma linhagem conhecida como clade 2.3.4.4b nos EUA. Muitos cientistas temem que o vírus não possa ser erradicado do rebanho de aves dos EUA, tornando-se endêmico em vez de epidêmico.
Pesquisadores de gripe aviária defendem o uso de vacinas H5 atualizadas e de qualidade para aves como parte fundamental das respostas futuras, caso o vírus se torne endêmico nas Américas.
Fonte: science.org
