Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 69,46 / kg
Soja - Indicador PRR$ 136,21 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 142,60 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,86 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,91 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,44 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,27 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,34 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,30 / kg
Ovo Branco - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 106,48 / cx
Ovo Branco - Regional BrancoR$ 112,73 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 121,70 / cx
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 123,17 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 102,62 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 114,21 / cx
Frango - Indicador SPR$ 8,10 / kg
Frango - Indicador SPR$ 8,12 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.182,07 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.046,01 / t
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 111,43 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 104,92 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 112,55 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 127,71 / cx

COP30

COP30: setor de nutrição animal reforça compromisso em práticas sustentáveis e redução das emissões globais

Presidente do Sindirações, Roberto Betancourt, destaca iniciativas que tornam o segmento um dos mais ativos na busca pela sustentabilidade e neutralidade climática

COP30: setor de nutrição animal reforça compromisso em práticas sustentáveis e redução das emissões globais

Com o início da COP30 nesta segunda-feira (10), o debate global sobre a mitigação das mudanças climáticas ganha força, e o setor de nutrição animal chega ao evento com papel de destaque. A área é considerada uma das mais atuantes na redução da pegada de carbono dentro da cadeia de produção de proteínas, segundo Roberto Betancourt, presidente da diretoria executiva do Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal).

“A nutrição animal é a maior fonte de emissões na produção animal, seguida da fermentação entérica. Exatamente por essa razão, temos muitas iniciativas para oferecer redução de emissões para os nossos clientes, que são os produtores e criadores de animais”, afirma Betancourt.

As emissões associadas à nutrição animal envolvem principalmente dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O), gases de efeito estufa ligados ao cultivo dos ingredientes das rações, à digestão dos animais e aos processos industriais e logísticos. Diante desse cenário, o setor vem acumulando avanços importantes para reduzir impactos em todas as etapas da cadeia produtiva.

Um dos marcos dessa trajetória foi a criação do Global Feed Lifecycle Institute (GFLI), banco de dados internacional que reúne informações sobre as emissões de todos os ingredientes e aditivos usados em rações. O sistema segue a metodologia LEAP da FAO e foi desenvolvido para garantir que as ações de descarbonização se baseiem em dados confiáveis e padronizados, permitindo que empresas e produtores adotem práticas mais sustentáveis.

Outro destaque é o avanço da nutrição de alta precisão, que melhora a eficiência alimentar e reduz o desperdício de insumos, permitindo produzir mais com menos recursos naturais. O setor também se tornou referência em bioeconomia circular, ao reaproveitar coprodutos e subprodutos agroindustriais — como farinhas de carne e ossos, sebo, penas e resíduos da produção de biocombustíveis — que, de outra forma, seriam descartados.

Esses ingredientes, explica Betancourt, possuem pegada de carbono zero, e sua utilização na formulação de rações contribui tanto para a economia circular quanto para a produção de proteínas de alto valor nutricional. A incorporação de aditivos alimentares inovadores, capazes de reduzir a emissão de metano entérico ao modular a flora ruminar e intestinal, também vem ganhando espaço como ferramenta importante para mitigar emissões.

Além dos avanços tecnológicos, o Brasil possui condições estruturais que favorecem uma produção mais limpa. A proximidade entre os polos de produção de milho e soja e as fábricas de ração reduz a necessidade de longos fretes, uma das principais fontes de emissão de CO₂, enquanto a matriz energética majoritariamente renovável do país diminui o impacto das operações industriais.

“A COP30 vai trazer desafios e oportunidades. Caso as metas sejam ousadas, a nutrição animal vai oferecer tecnologias com melhor digestibilidade e aditivos como enzimas e moduladores da flora gastrointestinal. Também será essencial garantir remuneração adequada para que toda a cadeia produtiva possa investir em novas tecnologias”, ressalta o presidente do Sindirações.

Betancourt reforça que o setor aposta na ciência e na inovação como pilares da sustentabilidade. Entre as frentes de pesquisa e desenvolvimento estão o uso de organismos geneticamente modificados (OGMs), a edição gênica (CRISPR), e o investimento crescente em energia fotovoltaica em granjas e fábricas. A conversão de frotas de transporte para biometano é outra iniciativa considerada estratégica para reduzir as emissões do setor logístico.

Durante a COP30, o Sindirações participa das discussões globais apresentando o compromisso da indústria de nutrição animal com as metas de neutralidade climática. Em parceria com a IFIF (Federação Internacional da Indústria de Alimentação Animal) e com o suporte da FAO, o sindicato atua para difundir as melhores práticas ambientais e tecnológicas entre seus associados.

O Sindirações também destacará o projeto “Road to 2050”, que reúne as principais iniciativas do setor para alcançar neutralidade de emissões até 2050, consolidando o papel da nutrição animal como aliada das metas climáticas globais.

“A nutrição animal tem um forte compromisso com o futuro do planeta. Estamos trabalhando lado a lado com agricultores, cientistas e formuladores de políticas para garantir uma produção mais eficiente, de baixo carbono e socialmente responsável”, conclui Betancourt.