
O fenômeno climático La Niña, caracterizado pelo esfriamento das águas do Oceano Pacífico, está de volta e deve durar entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (9/10) pelo Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos.
O órgão confirmou que as condições do La Niña surgiram em setembro, mas ressalta que, neste momento, o fenômeno é esperado como fraco, o que pode limitar seus impactos.
Impactos na Agricultura Brasileira
A ocorrência do La Niña está diretamente associada ao risco de seca em regiões produtoras de grãos no Brasil e na Argentina.
- Região Sul: Os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem ser os mais afetados, com uma redução das chuvas entre dezembro, janeiro e início de fevereiro. O pesquisador Gilvan Sampaio, do Inpe, alertou que, embora não seja possível confirmar uma nova seca, “haverá uma redução das chuvas, e os agricultores devem se preparar para minimizar as consequências”. O Rio Grande do Sul, em particular, sofreu três estiagens seguidas durante o último período de La Niña (2021-2023).
- Outras Culturas: As frutas produzidas no eixo Sul e Sudeste podem ser prejudicadas. Eduardo Assad, da FGV Agro, mencionou que a deficiência hídrica associada a um aumento na temperatura pode afetar a laranja e a fase de enchimento dos grãos de café, causando prejuízo à florada.
Efeito Positivo na Pecuária
Na pecuária bovina, o fenômeno pode ter um efeito positivo. O La Niña tende a causar chuvas acima do normal nos meses de outubro e novembro em algumas das principais áreas de cria de bezerros do Brasil, como Mato Grosso do Sul e Tocantins. Segundo João Figueiredo, da Datagro Pecuária, isso pode melhorar as condições das pastagens, estimulando a retenção de fêmeas pelos pecuaristas.
O que é o La Niña?
O La Niña é caracterizado por uma anomalia negativa na temperatura de 0,5°C ou menos nas águas superficiais do Pacífico Equatorial, mantida por pelo menos cinco trimestres consecutivos. Por regra, durante o fenômeno, as chuvas diminuem na região Sul e aumentam no Norte e Nordeste, enquanto o Sudeste e o Centro-Oeste podem ter períodos frios, com temperaturas abaixo da média histórica.










