
A avicultura familiar no Piauí está fortalecendo um de seus maiores patrimônios genéticos. A galinha Canela-Preta, uma raça típica da região que esteve ameaçada de extinção, é o foco central de um novo investimento de R$ 300 mil. Os recursos, oriundos do projeto Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI), serão aplicados exclusivamente na estruturação da cadeia produtiva desta ave, visando impulsionar sua criação e preservação no semiárido.
O fomento chega em um momento de otimismo para os produtores. No município de Wall Ferraz, no Vale do Canindé, agricultores familiares comemoram a crescente demanda pela raça. Segundo Joelma Pacheco, presidente da Associação de Criadores de Galinha Caipira Canela-Preta, o aumento no interesse comercial é o principal motor para a expansão. “Tem mais procura, mais demanda, e isso é um incentivo aos criadores”, afirma, destacando que um projeto beneficiará diretamente 35 mulheres da associação.
O sucesso da Canela-Preta no Piauí deve-se à sua notável adaptação às condições climáticas e de solo do semiárido. O apoio institucional, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), tem sido crucial. Abigail Carvalho, assessora técnica da SAF, explica que o trabalho vai além da recente entrega de equipamentos, incluindo orientações sobre forragens alternativas e rações à base de vegetais regionais, que garantem a nutrição das aves no período mais seco.
Este esforço conjunto entre o governo, os criadores e diversas instituições de pesquisa, incluindo a Embrapa, a Universidade Estadual do Piauí e o Instituto Federal de Educação do Piauí, representa mais do que um avanço econômico. Trata-se da recuperação de um patrimônio cultural e culinário piauiense que estava em risco de desaparecimento.












