
O cenário do comércio global de aves passou por transformações significativas desde 2018, impulsionado por um crescimento de mercado mais lento, restrições comerciais, volatilidade acentuada e a ascensão de novos players. Segundo o recente Mapa Mundial de Aves da RaboResearch, o Brasil emergiu como o principal exportador, respondendo por 90% do crescimento do comércio global, enquanto Tailândia, China, Ucrânia e Rússia também expandiram sua presença no mercado.
Entre 2018 e 2023, o comércio global de carne de aves registrou um crescimento modesto de 8%, equivalente a 1 milhão de toneladas métricas. Esse ritmo lento é atribuído a uma série de interrupções, incluindo a pandemia de Covid-19, a gripe aviária e a peste suína africana, que impactaram tanto a demanda quanto o comércio. Além disso, a desaceleração econômica global, os altos custos de ração e as tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia e os atritos comerciais entre países ocidentais e a China, contribuíram para um ambiente comercial volátil.
Em um mercado com aumentos limitados no volume de importação, o Brasil se destacou como o principal vencedor, capturando quase 90% do crescimento do comércio global de aves. Esse sucesso é atribuído às vantagens competitivas de custo do país e à sua diversificação estratégica de mercados de exportação.
O comércio global de aves, avaliado em US$ 32 bilhões (US$ 48 bilhões incluindo o comércio intra-UE), é dominado por Brasil, EUA, UE, Tailândia e China. O Brasil lidera com uma participação de 30% no comércio global em valor, seguido por EUA e UE, com 16% cada.
Desde 2020, o valor do comércio global de aves aumentou entre 20% e 25%, impulsionado principalmente pelos preços mais altos, enquanto o crescimento do volume de comércio permaneceu em torno de 6%. O preço médio de exportação de aves aumentou de US$ 1.400/t em 2004 para US$ 2.400/t atualmente.
A perspectiva para os próximos anos é de um crescimento lento da avicultura global, com uma taxa de 1% a 2% ao ano nos próximos 5 anos. Esse ritmo lento é impulsionado por estratégias de segurança alimentar em mercados-chave de crescimento, como Ásia, África e Oriente Médio, que podem desafiar os principais exportadores.
Tensões geopolíticas, volatilidade econômica e doenças como a gripe aviária continuarão a impactar o comércio. Espera-se que o Brasil aumente ainda mais sua participação de mercado, enquanto as exportações tailandesas e chinesas crescerão acima da média do mercado. Rússia e Ucrânia também podem expandir sua presença de mercado, enquanto a Argentina pode ressurgir como um grande exportador se as condições econômicas se estabilizarem. Jogadores emergentes como Paraguai, Vietnã, Colômbia e África do Sul podem gradualmente ganhar força no comércio global.
Fonte: World Poultry











