
Durante os meses mais quentes do ano, o estresse térmico é um dos principais desafios enfrentados pela avicultura brasileira. Em entrevista exclusiva ao portal Gessulli Agrimídia, Arthur Perches, médico-veterinário e gerente de vendas da Alltech, destacou que a observação atenta dos sinais de desconforto é essencial para evitar perdas produtivas e prejuízos econômicos.
“Ofegação, bicos abertos, asas afastadas do corpo, redução no consumo de ração, aumento da ingestão de água e até mortalidade no início da noite ou madrugada são sintomas claros de que as aves estão sob estresse térmico”, explica Perches.
Segundo o especialista, o calor excessivo provoca redução significativa na ingestão de alimento, o que leva à queda no ganho de peso, pior conversão alimentar e, em casos extremos, aumenta a mortalidade. “Esses fatores impactam diretamente o desempenho zootécnico e o bem-estar dos animais”, reforça.

Além da nutrição adequada, o médico-veterinário ressalta a importância do manejo e da ambiência. “Manter as aves dentro da faixa de conforto térmico é fundamental. Água limpa, fresca e constante, além de evitar movimentações intensas nos lotes, são medidas simples que reduzem o estresse”, orienta. Ele destaca também o uso de aditivos como eletrólitos, ácidos orgânicos, probióticos e enzimas digestivas, que auxiliam na recuperação dos animais e melhoram o aproveitamento da ração.
Entre as ferramentas de ambiência mais eficazes, Perches cita os sistemas de cooling, exaustores, nebulizadores bem dimensionados e o uso de materiais de isolamento térmico e boa vedação dos aviários. “Esses equipamentos, quando bem instalados e mantidos, ajudam a manter a temperatura interna dentro do ideal”, diz.
A tecnologia também é aliada nesse processo. Segundo o gerente da Alltech, os painéis de controle de ambiência permitem o monitoramento constante da temperatura, umidade e pressão atmosférica, ajustando automaticamente a ventilação e os sistemas evaporativos conforme a necessidade. “O técnico deve configurar esses parâmetros de acordo com a idade das aves, tipo de instalação e condições externas”, explica.
Por fim, Perches alerta para os erros mais comuns cometidos pelos produtores, como acionar todos os equipamentos ao mesmo tempo, gerando umidade excessiva, ou negligenciar a manutenção dos exaustores e placas evaporativas. “Seguir as recomendações técnicas e manter o sistema em pleno funcionamento são atitudes simples que fazem toda a diferença para evitar perdas e garantir produtividade”, conclui.











