
O agronegócio goiano vive um momento de expansão sem precedentes, consolidando em 2025 o melhor ciclo produtivo da última década para as cadeias de proteína animal. Dados compilados pelo informativo Agro em Dados, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), revelam que a combinação entre recuperação de preços, abertura de novos mercados e adoção de tecnologias de ponta elevou o estado a novos patamares de competitividade, tanto na pecuária de corte quanto na avicultura.
O grande destaque fica por conta do Valor Bruto da Produção (VBP) da pecuária bovina, que atingiu a marca histórica de R$ 20,4 bilhões em 2025. Este resultado, impulsionado pela valorização da arroba do boi gordo, representa um crescimento acumulado de 57,6% em dez anos, posicionando Goiás como responsável por 10% de todo o VBP pecuário nacional. O otimismo se estende ao mercado de reposição: em outubro, o bezerro foi negociado a uma média de R$ 2.828,02, uma valorização de 26% em relação ao ano anterior.
Exportações em Alta e Integração com Grãos
A força da porteira para dentro se reflete no comércio exterior. Em setembro, Goiás renovou seu recorde de embarques de carne bovina para o mês, enviando 44,7 mil toneladas ao mercado internacional. O ritmo acelerado seguiu em novembro, com projeções apontando para o encerramento do mês com 310 mil toneladas exportadas nacionalmente, sustentando uma receita cambial robusta.
Esse desempenho está intrinsecamente ligado à sinergia com a agricultura. Patrícia Honorato, superintendente de Produção Rural da Seapa, destaca que o estado, agora o terceiro maior produtor de grãos do país (com previsão de 38 milhões de toneladas na safra 2024/25), criou um ciclo virtuoso. “A produção de grãos ajuda a impulsionar a pecuária, já que garante insumos para melhorar a nutrição e o desempenho dos animais”, avalia.
Avicultura: Competitividade e Novos Mercados
A avicultura de corte acompanha o ritmo de crescimento, reafirmando a posição de Goiás como o quinto maior exportador nacional. De janeiro a setembro de 2025, o estado embarcou 197,1 mil toneladas de carne de frango, gerando uma receita de US$ 380,1 milhões. Os Emirados Árabes Unidos consolidaram-se como parceiros estratégicos, ampliando suas compras em 27,6% (24,6 mil toneladas) em relação a 2024.
Internamente, a atividade demonstra vigor em todos os 246 municípios goianos, com polos de alta densidade como Rio Verde (11,3 milhões de cabeças) e Itaberaí (9,2 milhões) figurando no top 10 nacional. O mercado doméstico também reagiu, com o frango resfriado registrando alta de 6,1% nas cotações em outubro, cotado a R$ 8,16/kg. Com esse cenário, as perspectivas para 2026 apontam para a manutenção da trajetória de alta produtividade e expansão comercial.
Referência: O hoje












