
A Europa enfrenta uma onda de Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (H5) classificada como “sem precedentes” pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA). Em relatório divulgado nesta quinta-feira (11), a agência confirmou que a temporada começou mais cedo e com força total, impulsionada pela disseminação massiva do vírus entre aves selvagens. Entre setembro e novembro de 2025, foram registrados 2.896 focos da doença em 29 países do continente.
O diferencial deste surto é a origem da pressão viral: dos casos detectados, a vasta maioria (2.454) ocorreu na fauna silvestre, superando qualquer registro anterior para esta época do ano. Essa contaminação ambiental “transbordou” para a produção comercial, resultando em 442 surtos em granjas, um número cinco vezes maior que o observado em 2023 e quase o dobro de 2021. Lisa Kohnle, oficial científica da EFSA, destacou a mudança no padrão de transmissão: “Este ano, parece que a maior parte da introdução vem de aves selvagens”, diferentemente de epidemias passadas marcadas pelo contágio entre granjas.
Globalmente, a agência reportou 19 casos em humanos no mesmo período (nos EUA, México, China e Camboja), com duas mortes confirmadas. Apesar do salto nas infecções animais e do risco constante de mutações em mamíferos, a EFSA mantém a avaliação de que a transmissão para humanos permanece rara. No entanto, a alta mortalidade na fauna migratória sugere que as detecções continuarão subindo, exigindo biosseguridade máxima dos produtores.
Referência: Reuters











