
O setor de suinocultura brasileiro registrou um recorde histórico de abate no terceiro trimestre de 2025. Dados preliminares do IBGE indicam que, entre julho e setembro, foram abatidos 15,8 milhões de suínos, representando 1,488 milhão de toneladas de carcaças. Esse crescimento (+5,26% em cabeças e +6,07% em toneladas) foi mais que o dobro do incremento ocorrido no 3º trimestre de 2024 em relação a 2023. No acumulado de janeiro a setembro, o abate cresceu 3,43% em cabeças e 4,88% em carcaças em comparação com 2024.
Exportações em Alta Histórica e Mudança de Parceiros
As exportações de carne suína in natura continuam a crescer em relação a 2024, com o mês de outubro fechando como o segundo melhor mês da história, com 125,6 mil toneladas exportadas (+8% em relação a outubro/24). No acumulado do ano (janeiro a outubro), já foram embarcadas 1.110.636 toneladas, um crescimento de 13,53% sobre o mesmo período de 2024.
O mapa de exportação sofreu mudanças: as Filipinas se mantêm na liderança como principal destino. A China, outrora maior parceiro, caiu para o quarto lugar em outubro, sendo superada por Japão e México, que se consolidaram como mercados relevantes e altamente exigentes para a carne suína brasileira.
Excesso de Oferta Interna e Estabilidade de Preços
Devido ao surpreendente aumento no volume de abate ao longo do ano, houve um aumento de mais de 2% na disponibilidade interna de carne suína em 2025. Essa pequena sobreoferta contribuiu para a estabilidade nas cotações do suíno vivo observada nas últimas semanas, na maioria das praças.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explicou que, diferentemente de 2024, este ano os preços pagos aos produtores se mantêm mais estáveis, mesmo com o aumento sazonal da demanda interna para o Natal. Isso se deve ao fato de que o crescimento na produção brasileira foi muito acima do projetado.
Milho e Farelo de Soja: Relação de Troca Favorável
Apesar do viés de alta nos preços do milho e do farelo de soja no mercado (milho subiu 0,66% em Campinas), a relação de troca do suíno continua muito favorável para o suinocultor. A Conab manteve suas estimativas de safra 2025/26, e a alta nos insumos ainda é considerada relativamente pequena.










