
Os agricultores do Rio Grande do Sul intensificaram suas manifestações e protestos nesta semana, reivindicando principalmente a securitização das dívidas – o alongamento de prazos para pagamento por até 20 anos. As mobilizações ocorrem em diversas cidades do estado, com grande adesão de produtores e máquinas agrícolas.
Em Santo Ângelo, o movimento teve início na madrugada desta segunda-feira, com centenas de agricultores e seus tratores se reunindo em dois pontos da cidade. Segundo o produtor Édson Dinon, o protesto resultou no fechamento de cinco agências bancárias e na paralisação do centro da cidade. Dinon, que produz grãos há mais de 40 anos, descreveu a crise atual como a pior que já enfrentou, lamentando a perda de sua economia e a incerteza sobre a continuidade da produção sem a prorrogação das dívidas em condições compatíveis. Uma nova mobilização está prevista para esta terça-feira em Santo Ângelo.
Em Frederico Westphalen, a mobilização começou no início da manhã de segunda-feira, com cerca de 400 pessoas e 150 tratores se deslocando até o centro da cidade. Um palco foi montado em frente a uma agência do Banco do Brasil, onde políticos e apoiadores discursaram sobre a situação. Um bloqueio de rodovia também foi registrado no quilôômetro 42 da BR 386, na cidade.
Outro “tratoraço” estava previsto para ocorrer em Três Palmeiras. Para esta terça-feira, uma manifestação deve acontecer em Pelotas, na BR 392, na ponte em direção ao Porto do Rio Grande.
As mobilizações refletem a crescente insatisfação dos produtores gaúchos com a demora do governo federal em apresentar soluções concretas para o endividamento do setor. A securitização das dívidas é vista como uma medida essencial para garantir a continuidade da produção e a sustentabilidade da agricultura no Rio Grande do Sul.
Referências: Correio do Povo











