
A cadeia de proteína animal brasileira obteve uma nova e estratégica vitória no continente africano. O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) anunciou nesta quinta-feira (6) a abertura do mercado da Tanzânia para um portfólio completo de produtos da avicultura e suinocultura do Brasil. A notícia, celebrada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), permite o envio de carne de aves, carne suína, ovos férteis e pintos de um dia para um dos mercados mais populosos da África Subsaariana.
A Tanzânia é vista como um mercado de alto potencial, com uma população atual de 70 milhões de habitantes e projeções da ONU que indicam um salto para 140 milhões até 2050. Além do crescimento demográfico, o país possui um robusto setor de turismo, responsável por mais de 17% do PIB e um grande impulsionador da demanda no segmento HORECA (hotéis, restaurantes e catering). Conforme avalia Ricardo Santin, presidente da ABPA, essa expansão “reforça o potencial de consumo” por alimentos de alto valor nutricional e oferta estável.
O Brasil já era um fornecedor relevante para a região, mas o novo acordo representa uma expansão crucial. Em 2024, a Tanzânia importou 8,8 mil toneladas de carne de frango, com 70% de participação brasileira. No entanto, Santin explica que “a totalidade desse comércio se concentrava na região autônoma de Zanzibar”. A nova habilitação amplia o acesso a todo o território tanzaniano.
No mercado de carne suína, a oportunidade é de construção de mercado. O país africano importa atualmente apenas 100 toneladas anuais, majoritariamente do Quênia e da União Europeia. A entrada do Brasil oferece uma nova fonte de fornecimento competitiva e de alta credibilidade sanitária. “A abertura anunciada pelo Ministro Carlos Fávaro e pelo Secretário Luís Rua reforça a confiança internacional na qualidade e na segurança dos nossos produtos”, concluiu Santin.











