
A COP30, reunião do clima da ONU, começa nesta segunda-feira (10) em Belém, no Pará, com o objetivo de salvar os esforços globais de luta contra o aquecimento global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve a decisão de sediar o evento na capital paraense, que receberá quase 50.000 pessoas apesar dos desafios logísticos. A ambição central é que o mundo se volte para a Amazônia, a maior bacia hidrográfica do planeta, e que os participantes vivenciem a realidade da vida tropical e os problemas da região.
Apesar da importância diplomática e da intenção de destacar a Amazônia, o Brasil está atrasado na área logística. Fontes próximas à ONU expressaram preocupação com a conclusão de pavilhões, conexões, ônibus e até mesmo com a possibilidade de falta de comida para os participantes.
Incertas Respostas Globais e o Papel do Dinheiro
A maior incerteza da COP30 é a resposta do mundo às últimas projeções climáticas desastrosas e, principalmente, à questão do financiamento. Como reunir as quantias necessárias para ajudar os países atingidos por eventos extremos, como o furacão que devastou a Jamaica?
O Brasil propôs um “mapa do caminho” para o abandono progressivo das energias fósseis, uma promessa adotada na COP28, mas que enfrenta resistência, especialmente com o retorno de Donald Trump, um cético das mudanças climáticas, que apoia a indústria petrolífera. André Correa do Lago, presidente brasileiro da conferência, admitiu que o consenso sobre energias fósseis é “um dos mistérios da COP30”.
A Ameaça de 1,5°C e a Ausência dos EUA
O Acordo de Paris de 2015 comprometeu o mundo a limitar o aquecimento a 1,5°C. No entanto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reconheceu que é “inevitável” que esse limite seja ultrapassado em breve e pediu a adoção de medidas para que o período de excesso dure o menor tempo possível. O grupo de pequenas ilhas, ameaçado pela elevação do nível do mar, luta para que a necessidade de formular uma resposta a este fracasso seja incluída na agenda. Para eles, “1,5°C não é apenas um número ou um objetivo, é uma questão de sobrevivência”.
Pela primeira vez na história, os Estados Unidos, a maior economia do planeta e segundo maior emissor mundial, não participam das reuniões do clima. Trump, que critica o aquecimento global, não ignorou totalmente a COP30, denunciando em sua rede social o “escândalo” do desmatamento na região de Belém para a construção de uma estrada. Diante do aumento do negacionismo climático, líderes como o presidente francês Emmanuel Macron pediram a defesa “da ciência frente à ideologia”.
Referência: Jovem Pam











