
A NPA (National Pig Association) emitiram respostas cautelosas ao acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido, anunciado pelo Presidente Donald Trump e pelo Primeiro-Ministro Sir Keir Starmer. Embora os detalhes ainda sejam limitados, o governo do Reino Unido afirmou que o acordo proporciona “acesso sem precedentes ao mercado para agricultores britânicos, com proteções aos padrões alimentares mantidas”.
O Presidente Trump destacou que o acordo inclui “bilhões de dólares em maior acesso ao mercado para exportações americanas, especialmente na agricultura”, mencionando especificamente carne bovina e etanol. Ele também afirmou que o Reino Unido “reduzirá ou eliminará inúmeras barreiras não tarifárias que discriminavam injustamente os produtos americanos”.
Sir Keir Starmer afirmou que o acordo “impulsionará o comércio entre nossos países” e “protegerá e criará empregos, abrindo o acesso ao mercado”. Um informativo americano sobre o acordo estimou uma oportunidade de US$ 5 bilhões em novas exportações para agricultores, pecuaristas e produtores americanos, incluindo etanol e outros produtos agrícolas como carne bovina. A Secretária de Agricultura dos EUA, Brooke Rollins, previu um crescimento “exponencial” nas exportações de carne bovina dos EUA para o Reino Unido.
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No entanto, o informativo dos EUA também mencionou que o Reino Unido “mantém certas barreiras tarifárias e não tarifárias que restringem o acesso ao mercado”, como tarifas elevadas sobre carnes, aves e laticínios, e padrões considerados sem base científica. Questionado sobre a permissão de carne bovina tratada com hormônios e frango lavado com cloro dos EUA, Trump sugeriu que a agricultura americana poderia fornecer qualquer tipo de produto desejado pelo Reino Unido.
O Secretário do Defra (Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido), Steve Reed, insistiu que o acordo protege os padrões de produção de alimentos do Reino Unido, afirmando que importações de carne bovina tratada com hormônios e frango clorado continuam ilegais e que quaisquer importações agrícolas deverão atender aos altos padrões alimentares do país. Ele também destacou que o acordo abrirá acesso exclusivo aos EUA para produtores de carne bovina do Reino Unido.
Líderes da indústria agrícola e de carnes acolheram as potenciais novas oportunidades de exportação e as garantias sobre as importações, mas enfatizaram a essencialidade da proteção dos padrões do Reino Unido. O presidente da NFU, Tom Bradshaw, lembrou que a situação atual é resultado direto das tarifas impostas pelos EUA em abril e agradeceu os esforços do governo em ouvir as preocupações do setor, especialmente em relação à manutenção de altos padrões e à proteção de setores agrícolas sensíveis. Ele expressou preocupação com a inclusão de um volume significativo de bioetanol no acordo e prometeu manter contato próximo com os membros para avaliar o impacto potencial. A NFU enfatizou que a agricultura do Reino Unido não pode continuar a arcar com desequilíbrios em futuras negociações comerciais.
O assessor sênior de políticas da NPA, Tom Haynes, considerou o acordo um “primeiro passo importante” para retomar as relações comerciais com os EUA, um mercado valioso para a carne suína britânica. A NPA reiterou seu apoio ao comércio internacional, desde que proteja os altos padrões de produção do Reino Unido e garanta equivalência em todos os acordos comerciais, defendendo a implementação de padrões básicos de produção tanto para alimentos produzidos internamente quanto importados. A NPA enfatizou que permitir a entrada de produtos produzidos sob padrões ilegais para os produtores britânicos seria uma traição.
Outros líderes da indústria, como Tony Goodger da AIMS (Associação de Fornecedores Independentes de Carne) e Jonathan Roberts da Country Land and Business Association, também saudaram as oportunidades potenciais, mas sublinharam a necessidade de proteger os altos padrões do Reino Unido em futuros acordos comerciais. Jim Moseley, CEO da Red Tractor, reforçou a importância de manter os padrões alimentares do Reino Unido para garantir a confiança dos consumidores.
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Referência: The Pig World