
Um estudo recente nas Filipinas, publicado no The Pig Site, lança luz sobre as estratégias de repovoamento de plantéis suínos após os devastadores surtos de Peste Suína Africana (PSA) que assolaram o país nos últimos cinco anos. A pesquisa analisou a eficácia do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Peste Suína Africana (NASFPCP), implementado em 2021.
A província de Batangas, duramente atingida pela doença e um importante polo de produção suína, serviu como principal área de estudo. Os investigadores acompanharam 145 explorações suinícolas, tanto familiares quanto comerciais, durante o protocolo de repovoamento.
O protocolo adotado compreendeu três fases importantes: o despovoamento completo das instalações afetadas, seguido por um rigoroso processo de limpeza e desinfecção. Posteriormente, um período de inatividade de 20 dias antecedeu a introdução de animais sentinela, que foram monitorizados durante 40 dias para verificar a ausência do vírus.
Os resultados revelaram uma taxa de sucesso global encorajadora, com aproximadamente 90% das explorações permanecendo negativas para PSA durante o período de vigilância. Contudo, cerca de 10% das explorações enfrentaram falhas no repovoamento, um índice que acende um alerta para a necessidade de maior apoio e recursos em municípios com menor capacidade financeira.
Um achado importante do estudo reside na sensibilidade dos testes de diagnóstico, que atingiu o pico ideal no 27º dia da introdução dos animais sentinela. Esta informação crucial pode influenciar futuras políticas de repovoamento, otimizando o momento dos testes de despistagem.
As conclusões do estudo sublinham a importância da vigilância direcionada como ferramenta fundamental para a detecção precoce de novos focos de PSA e uma resposta mais eficaz à doença.
Além dos desafios sanitários, o artigo também aborda os significativos impactos ambientais decorrentes da PSA. A deposição inadequada de cadáveres de animais infectados representa um sério risco de poluição do solo e da água, além da emissão de gases perigosos. As medidas de controlo da doença também podem acarretar riscos para a qualidade ambiental, e a PSA ameaça espécies suínas nativas das Filipinas que já se encontram em perigo de extinção.
Este estudo oferece insights valiosos para as Filipinas e outros países que enfrentam ou podem vir a enfrentar surtos de PSA, destacando a complexidade do repovoamento e a necessidade de abordagens integradas que considerem tanto a saúde animal quanto a proteção ambiental.