
O mercado da suinocultura nacional enfrenta um período de desafios, com os preços do suíno vivo e da carne registrando a terceira semana consecutiva de quedas em todas as regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Cenário de baixa liquidez e oferta excedente:
Segundo o Cepea, a principal causa dessa tendência é a baixa liquidez das vendas de carne suína no mercado atacadista, combinada com uma oferta de animais que supera a demanda atual dos frigoríficos por novos lotes. A proximidade do fim do mês tem enfraquecido ainda mais a procura doméstica pela carne, pressionando a indústria a reduzir os preços para estimular as vendas e evitar o acúmulo de estoque.
Preços do suíno vivo em declínio:




Impacto do aumento nos preços do milho:
Esse cenário de queda nos preços do suíno vivo ocorre em um momento em que o setor suinícola nacional enfrenta a crescente preocupação com os custos de produção, impulsionados pelos seguidos aumentos nos preços do milho. Levantamentos do Cepea indicam que, na parcial deste ano (até 18 de março), o cereal negociado na região de Campinas (SP) já acumula alta de 24%.
Na semana passada, o valor médio do milho comercializado na praça paulista atingiu a marca de R$ 90/saca de 60 kg, o maior patamar nominal desde abril de 2022. A equipe de Grãos do Cepea atribui esse aumento aos baixos estoques de milho e à demanda aquecida.
Perspectivas:
Diante desse cenário, o setor suinícola nacional permanece atento às oscilações do mercado, buscando estratégias para mitigar os impactos da baixa liquidez e dos altos custos de produção. A expectativa é de que a demanda por carne suína se recupere gradualmente, impulsionada pela retomada do poder de compra dos consumidores e pelas festividades de fim de ano.
Fatores que influenciam o mercado:
Oferta e demanda: O equilíbrio entre a oferta de suínos vivos e a demanda por carne suína é um fator crucial. A superoferta, como a observada recentemente, tende a pressionar os preços para baixo.
Custos de produção: Os custos dos insumos, especialmente o milho e a soja, têm um impacto significativo na rentabilidade da suinocultura. A alta dos preços desses grãos eleva os custos de produção e reduz as margens de lucro.
Mercado externo: As exportações de carne suína também influenciam o mercado interno. A demanda internacional e as flutuações cambiais podem afetar os preços e a competitividade do setor.
Condições climáticas: As condições climáticas podem afetar a produção de grãos e, consequentemente, os custos de alimentação dos suínos.
Comportamento do consumidor: As mudanças nos hábitos de consumo, como a crescente demanda por alimentos saudáveis e sustentáveis, podem influenciar as preferências dos consumidores e, consequentemente, o mercado de carne suína.
Aquicultura: mercado de peixes de cultivo aquecido com preços e produção em alta

Enquanto o frio aperta no Canadá, o mercado de peixes de cultivo no Brasil aquece, impulsionado pela proximidade da Quaresma e pela alta demanda por peixes nativos. Segundo o indicador Cepea PeixeBR, a semana foi marcada por variações positivas nos preços em diversas regiões do país.
Destaques da Semana:
- Região dos Grandes Lagos: Aumento de R$ 0,03, com preço médio de R$ 7,79.
- Morada Nova de Minas: Maior aumento da semana, com R$ 0,04, atingindo o preço médio de R$ 8,13. A região se destaca pelo menor peso médio de abate, indicando alta demanda e vendas aquecidas.
- Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba: Aumento significativo de R$ 0,08, com preço médio de R$ 8,10.
- Norte do Paraná: Única região com queda nos preços, registrando redução de R$ 0,02 e preço médio de R$ 8,62.
- Oeste do Paraná: Semana de estabilidade, com preço médio mantido em R$ 7,48.

Peixes nativos em alta:
O mercado de peixes nativos apresenta alta demanda e baixa oferta, impulsionando os preços e aquecendo ainda mais o setor. A expectativa é que a Quaresma intensifique ainda mais essa tendência, proporcionando boas oportunidades para os produtores.
Feira de Boston e relatório anual:
A recente Feira de Boston encerrou com resultados positivos, segundo Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR, gerando otimismo para o setor. No entanto, produtores que utilizam tanques-rede devem ficar atentos ao prazo final de 31 de março para envio do relatório anual de produção. O não cumprimento dessa exigência pode levar ao cancelamento do contrato de cessão de uso de águas da União.
Com o mercado aquecido e a demanda em alta, a expectativa é de uma safra promissora para os produtores brasileiros.
Grãos: Soja tem alta impulsionada por demanda, Milho oscila com colheita e Trigo segue em ascensão

O mercado de grãos brasileiro apresentou movimentações distintas nesta semana, com a soja registrando alta impulsionada pela demanda, o milho oscilando devido ao avanço da colheita e o trigo mantendo a tendência de ascensão.
Soja:
As negociações de soja ganharam força na última semana, impulsionadas pelo aumento da demanda externa e doméstica, segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Esse cenário resultou na elevação dos prêmios de exportação e, consequentemente, dos preços FOB nos portos brasileiros.
Apesar da pressão exercida pela maior oferta de soja e pela queda do dólar, os preços no mercado spot nacional encontraram sustentação em algumas regiões.
Confira os valores da soja (27/03):
- Paranaguá: R$ 133,13
- Paraná: R$ 127,57
Milho:
O avanço da colheita do milho da safra de verão aumentou a oferta do cereal, limitando os aumentos de preços em algumas regiões, de acordo com o Cepea.
Em algumas praças produtoras da safra de verão, as cotações chegaram a cair. No entanto, a retração de vendedores, que priorizam os trabalhos de campo e as entregas de lotes de soja, ainda sustenta as altas nos preços em geral.
A colheita de milho da safra verão e a semeadura da segunda safra estão intensas no Brasil e já dentro da média das últimas temporadas.
- O valor do milho (27/03) é de R$ 87,92
Trigo:
Os preços do trigo seguem em alta desde o início do ano, com as médias mensais do Paraná e do Rio Grande do Sul atingindo os maiores patamares nominais desde agosto de 2024, conforme levantamentos do Cepea.
Segundo pesquisadores do Cepea, os preços do cereal tendem a subir ou se manter estáveis no primeiro semestre, atingindo picos no meio do ano e sofrendo pressão no segundo semestre.
A redução dos estoques internos influencia as cotações nos primeiros seis meses, enquanto a chegada da nova safra aumenta a disponibilidade e pressiona os preços no segundo semestre.
Confira os valores do trigo (27/03):
- Paraná: R$ 1529,79
- Rio Grande do Sul: R$ 1.444,63.
Perspectivas:
As perspectivas para o mercado de grãos indicam que a soja continuará influenciada pela demanda internacional, especialmente da China, e pelas condições climáticas nos principais países produtores, enquanto o milho terá sua oferta interna determinada pelo avanço da segunda safra e a demanda por etanol e ração animal seguirá aquecida, com as exportações também sensíveis a fatores climáticos e demanda externa; o trigo, por sua vez, terá seus preços definidos pela evolução dos estoques internos e demanda por importações no primeiro semestre, com a chegada da nova safra exercendo pressão no segundo, e fatores geopolíticos adicionando volatilidade. De modo geral, o mercado de grãos permanecerá dinâmico, exigindo atenção constante às condições climáticas globais, políticas econômicas, tensões geopolíticas e aos dados de fontes confiáveis como o Cepea, com a produção brasileira de grãos projetada para crescimento impulsionado por clima favorável e tecnologia no agronegócio.
Principais fatores que influenciam o mercado:
- Oferta e demanda: O equilíbrio entre a oferta e a demanda global de grãos é um dos principais determinantes dos preços. Variações na produção, consumo e estoques influenciam diretamente as cotações.
- Condições climáticas: Eventos climáticos extremos, como secas, inundações e geadas, podem afetar significativamente a produção de grãos em diferentes regiões do mundo, impactando a oferta e os preços.
- Política econômica: Políticas governamentais, como tarifas de importação e exportação, subsídios agrícolas e taxas de câmbio, podem influenciar o comércio internacional de grãos e, consequentemente, os preços.
- Mercado externo: A demanda por grãos em países importadores, como a China, e as flutuações nas taxas de câmbio podem afetar as exportações brasileiras e os preços internos.
- Custos de produção: Os custos dos insumos agrícolas, como fertilizantes, defensivos e combustíveis, influenciam diretamente os custos de produção dos grãos e, consequentemente, os preços de mercado.