Fonte CEPEA
Milho Campinas (SP)R$ 62,73 / kg
Soja PRR$ 129,75 / kg
Soja Porto de Paranaguá (PR)R$ 136,48 / kg
Suíno Grande São Paulo (SP)R$ 12,58 / kg
Suíno SPR$ 8,62 / kg
Suíno MGR$ 8,23 / kg
Suíno PRR$ 8,04 / kg
Suíno SCR$ 8,02 / kg
Suíno RSR$ 8,01 / kg
Ovo Branco Gande São Paulo (SP)R$ 154,17 / cx
Ovo Branco Grande BH (MG)R$ 162,23 / cx
Ovo Vermelho Gande São Paulo (SP)R$ 170,12 / cx
Ovo Vermelho Grande BH (MG)R$ 176,16 / cx
Ovo Branco Bastos (SP)R$ 147,39 / cx
Ovo Vermelho Bastos (SP)R$ 163,77 / cx
Frango SPR$ 7,40 / kg
Frango SPR$ 7,41 / kg
Trigo PRR$ 1.475,85 / t
Trigo RSR$ 1.318,72 / t
Ovo Vermelho Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 171,52 / cx
Ovo Branco Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 156,25 / cx
Ovo Branco Recife (PE)R$ 141,40 / cx
Ovo Vermelho Recife (PE)R$ 151,47 / cx

Análise Econômica

Análise econômica Suinocultura: preços divergentes e desafios de competitividade

Preços do suíno vivo variam regionalmente e marcam o mês, enquanto concorrência com frango pressiona o setor

Análise econômica Suinocultura: preços divergentes e desafios de competitividade

O mercado suinícola brasileiro apresentou um cenário de preços divergentes em junho, com algumas regiões registrando alta, enquanto outras enfrentaram desvalorização. A análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) revela que fatores como a oferta ajustada, demanda aquecida pelo clima frio e a competitividade com a carne de frango influenciaram os resultados.

Desempenho dos preços em junho: altas e baixas

Pesquisadores do Cepea indicam que as primeiras semanas de junho foram marcadas por avanços nos preços em algumas localidades, impulsionados pela oferta mais controlada e pela demanda ligeiramente maior por carne suína, fenômeno comum em períodos de temperaturas mais baixas. No entanto, a segunda metade do mês trouxe uma oferta levemente superior à demanda em outras praças, o que pressionou as cotações médias.

Destaques regionais de maio para junho (preço médio do suíno vivo):

  • São José do Rio Preto (SP): Houve uma valorização de 1,7%, com o suíno posto na indústria negociado a uma média de R$ 8,65/kg. Este avanço foi suficiente para elevar a média mensal em comparação com maio.
  • Região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba): O preço do suíno vivo se manteve estável em R$ 8,55/kg, sem alterações significativas em relação a maio.
  • Braço do Norte (SC): Registrou uma queda de 2,6%, com o quilo negociado a R$ 7,92/kg. A maior oferta na segunda quinzena de junho contribuiu para essa desvalorização.

Comparativo de preços atuais

Os preços do suíno vivo nesta semana reforçam a diversidade regional:

Ao comparar os dados desta semana com os preços médios de junho, nota-se que São Paulo mantém sua posição de destaque com o valor mais elevado, enquanto Santa Catarina segue com as cotações mais baixas.

Competitividade com a carne de frango: um desafio para a suinocultura

A análise do Cepea da semana anterior (26/06) já apontava para uma perda de competitividade da carne suína frente à de frango em junho. Isso se deve a desvalorizações mais acentuadas da proteína avícola em comparação com a suína.

Apesar de uma recente reação nos preços da carcaça especial suína no atacado da Grande São Paulo, as quedas observadas da segunda quinzena de maio até a primeira semana de junho impediram um avanço mais expressivo da média parcial do mês.

No caso do frango, a situação é mais crítica. A grande quantidade de carne disponível no mercado interno em junho, resultante das restrições às exportações impostas por parceiros comerciais do Brasil devido à gripe aviária, tem pressionado fortemente os valores, tornando-o uma opção mais acessível para o consumidor.

Perspectivas

O cenário para a suinocultura nos próximos meses dependerá da dinâmica entre oferta e demanda, bem como da evolução da competitividade com a carne de frango. A expectativa é que o controle da oferta, aliado a um possível aquecimento da demanda interna com a proximidade de datas comemorativas e melhora do poder de compra, possa sustentar ou até impulsionar os preços em algumas regiões. No entanto, a pressão exercida pela carne de frango, especialmente devido à situação da gripe aviária, exigirá atenção constante dos produtores, que precisarão buscar eficiência e estratégias para manter a rentabilidade no setor.

Fatores que influenciam o mercado da suinocultura:

  • Oferta e demanda doméstica: O equilíbrio entre a quantidade de suínos produzidos e o consumo interno é crucial. Um aumento na oferta sem acompanhamento da demanda pode derrubar os preços, e vice-versa. Fatores como renda da população e hábitos de consumo impactam diretamente.
  • Competitividade com outras proteínas animais: A carne suína compete diretamente com a carne de frango e a bovina. Flutuações nos preços e na disponibilidade dessas outras proteínas podem desviar o consumo e impactar a demanda por carne suína.
  • Custos de produção: O preço dos insumos, como milho e farelo de soja (principais componentes da ração animal), tem um peso significativo na margem de lucro dos produtores. Variações nos custos de energia, medicamentos e mão de obra também são relevantes.
  • Mercado externo e taxas de câmbio: As exportações de carne suína são um importante vetor para o setor. Restrições sanitárias de outros países, barreiras comerciais e a valorização ou desvalorização do real frente a moedas estrangeiras (como o dólar) afetam a competitividade e o volume de vendas para o exterior.
  • Sanidade animal: Surtos de doenças como a Peste Suína Africana (PSA) ou a gripe aviária (que indiretamente afeta a carne suína ao aumentar a oferta de frango no mercado interno) podem causar grandes impactos, resultando em barreiras sanitárias, queda na produção e desvalorização dos animais.

Aquicultura: preços em leve queda no Brasil

Os preços da tilápia registraram uma ligeira retração na última semana (27/06) em comparação com a semana anterior (20/06) em diversas regiões produtoras do Brasil. A análise dos dados do Cepea revela um cenário de pequenas variações nos valores pagos ao produtor.

Na região dos Grandes Lagos, o preço da tilápia passou de R$ 8,04 em 20 de junho para R$ 8,00 em 27 de junho, uma queda de R$ 0,04. Da mesma forma, em Morada Nova de Minas, houve uma leve baixa, com o preço por quilo caindo de R$ 8,46 para R$ 8,44.

O Norte do Paraná também acompanhou a tendência de queda, com o valor do quilo da tilápia registrando R$ 8,58 na última semana, ante R$ 8,60 na semana anterior. No Oeste do Paraná, a retração foi um pouco mais acentuada, passando de R$ 7,37 para R$ 7,33.

Por fim, no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, os preços também apresentaram uma diminuição, saindo de R$ 8,27 para R$ 8,23 por quilo.

Apesar das pequenas flutuações, o setor da aquicultura, em especial a produção de tilápia, continua sendo um importante motor econômico em várias regiões do país, gerando empregos e renda. As variações nos preços podem ser reflexo de diversos fatores, como oferta e demanda, custos de produção e condições climáticas.

Grãos: Soja reage, Milho e Trigo com desafios

O cenário do agronegócio brasileiro, especificamente no mercado de grãos, apresenta movimentos distintos esta semana, com a soja reagindo positivamente, o milho enfrentando lentidão na colheita e o trigo lidando com os desafios climáticos.

Soja: preços do óleo em alta com expectativa do biodiesel

Após quase dois meses de recuo, os preços do óleo de soja voltaram a subir no Brasil, conforme dados do Cepea divulgados em 30 de junho de 2025. Essa alta é impulsionada pelas expectativas de maior demanda por biodiesel no mercado nacional.

O otimismo na comercialização do óleo de soja no país está diretamente ligado à recente aprovação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que decidiu aumentar a mistura obrigatória do biodiesel ao óleo diesel. A mistura passará dos atuais B14 (14%) para B15 (15%) entre agosto deste ano e fevereiro de 2026. A partir de março de 2026, a mistura poderá subir ainda mais, para B16 (16%). Pesquisadores do Cepea destacam que a expectativa de crescimento na mistura do biodiesel ao diesel era para março deste ano; o atraso nessa efetivação foi o principal fator do enfraquecimento dos valores internos do óleo no primeiro trimestre.

Confira os valores da soja (03/07):

  • Paranaguá: R$ 136,50
  • Paraná: R$ 130,26

Milho: colheita lenta e pressão nos preços

O atraso na colheita da segunda safra de milho está limitando a queda nos preços do cereal em algumas regiões, segundo levantamentos do Cepea de 30 de junho de 2025. As cotações seguem pressionadas pela perspectiva de uma oferta elevada e pelas desvalorizações no mercado externo.

Em regiões consumidoras, como as paulistas, os valores do milho chegaram a reagir, influenciados por uma demanda superior à oferta de milho padronizado. As recentes chuvas, no entanto, têm limitado a disponibilidade desse tipo de cereal. Dados da Conab mostram que, até 21 de junho, a colheita da segunda safra de milho atingiu apenas 10,3% da área nacional. Esse avanço semanal de 6,4 pontos percentuais está bem abaixo dos 28% registrados no mesmo período do ano passado e da média de 17,5% dos últimos cinco anos.

  • O valor do milho (03/07) é de R$ 64,15

Trigo: chuvas no sul e geadas no centro-sul preocupam produtores

Chuvas intensas registradas no Sul do Brasil na última semana, especialmente no Rio Grande do Sul, e geadas em áreas do Centro-Sul do país deixaram os produtores de trigo em alerta, conforme apontam levantamentos do Cepea de 01 de julho de 2025.

Por um lado, o clima mais frio favorece o desenvolvimento das lavouras. Por outro, as fortes chuvas no Rio Grande do Sul atrapalharam os trabalhos de campo e, em alguns casos, implicaram em perdas que exigirão replantio. Dados da Conab indicam que, até 21 de junho, 56,6% da área estimada de trigo havia sido semeada no Brasil. A Companhia também informou o início da semeadura em Santa Catarina e o começo da colheita da safra de 2025 em Goiás.

Confira os valores do trigo (03/07):

  • Paraná: R$ 1.485,50
  • Rio Grande do Sul: R$ 1.333,73

Perspectivas

O mercado de grãos no Brasil seguirá atento às variáveis climáticas e às políticas governamentais. Para a soja, a implementação do aumento da mistura de biodiesel trará um suporte adicional aos preços do óleo, beneficiando a cadeia produtiva. No caso do milho, a conclusão da colheita da segunda safra será um fator determinante para os próximos movimentos de preços, com a oferta tendendo a se normalizar, mas a demanda por milho padronizado em algumas regiões pode gerar oportunidades. Já o trigo demandará atenção contínua às condições climáticas no Sul, pois as perdas e o replantio podem influenciar a oferta final da safra. O cenário global, incluindo a demanda chinesa e os preços internacionais, também continuará a moldar as expectativas para os três grãos.

Fatores que influenciam o mercado de grãos:

  • Condições climáticas: Fatores como chuvas (em excesso ou escassez), geadas, secas e temperaturas extremas impactam diretamente a produtividade das lavouras, influenciando a oferta e, consequentemente, os preços dos grãos.
  • Oferta e demanda global: A produção e o consumo de grãos em nível mundial ditam boa parte dos preços. Grandes safras em países produtores ou aumento da demanda em países importadores (como a China) podem gerar oscilações significativas.
  • Políticas governamentais e acordos comerciais: Subsídios agrícolas, tarifas de importação/exportação, cotas e acordos comerciais entre países podem alterar o fluxo de grãos, impactando a competitividade e os preços no mercado internacional e doméstico.
  • Câmbio e preços do petróleo: A cotação do dólar em relação ao real afeta a competitividade das exportações e o custo de importação de insumos. Já o preço do petróleo influencia o custo do frete e, indiretamente, a demanda por biocombustíveis, como o etanol (derivado do milho) e o biodiesel (derivado da soja).
  • Cenário geopolítico e eventos inesperados: Conflitos internacionais, crises econômicas, pandemias e outras interrupções na cadeia de suprimentos podem gerar volatilidade nos mercados de grãos, afetando a produção, o transporte e o consumo global.