Fonte CEPEA
Milho Campinas (SP)R$ 80,54 / kg
Soja PRR$ 130,14 / kg
Soja Porto de Paranaguá (PR)R$ 135,04 / kg
Suíno Grande São Paulo (SP)R$ 12,88 / kg
Suíno SPR$ 8,64 / kg
Suíno MGR$ 8,53 / kg
Suíno PRR$ 8,23 / kg
Suíno SCR$ 8,14 / kg
Suíno RSR$ 8,25 / kg
Ovo Branco Gande São Paulo (SP)R$ 200,55 / cx
Ovo Branco Grande BH (MG)R$ 205,31 / cx
Ovo Vermelho Gande São Paulo (SP)R$ 224,74 / cx
Ovo Vermelho Grande BH (MG)R$ 229,80 / cx
Ovo Branco Bastos (SP)R$ 192,52 / cx
Ovo Vermelho Bastos (SP)R$ 219,04 / cx
Frango SPR$ 8,69 / kg
Frango SPR$ 8,71 / kg
Trigo PRR$ 1.578,32 / t
Trigo RSR$ 1.476,85 / t
Ovo Vermelho Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 226,76 / cx
Ovo Branco Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 193,69 / cx
Ovo Branco Recife (PE)R$ 174,13 / cx
Ovo Vermelho Recife (PE)R$ 193,24 / cx

Sanidade

#TBT Agrimidia: Rotavírus aviários ganham atenção nos anos 80

#TBT Agrimidia: Rotavírus aviários ganham atenção nos anos 80

Na edição nº 928 da revista Avicultura Industrial, publicada em abril de 1987, os rotavírus aviários foram destacados como um novo desafio sanitário para a avicultura moderna. Até então, esses vírus eram amplamente reconhecidos por sua atuação em mamíferos jovens, como suínos e bezerros, mas sua presença em aves começava a ser estudada com maior profundidade.

A infecção compromete o epitélio intestinal, resultando em diarreias, desidratação e perdas de desempenho zootécnico. Embora muitas infecções fossem subclínicas, os danos histológicos, como achatamento de vilosidades e dilatação das criptas, indicavam impacto produtivo relevante.

Com métodos diagnósticos ainda em desenvolvimento, a microscopia eletrônica foi apontada como a técnica mais sensível, e a resposta imune nas aves, ainda pouco compreendida, passou a ser investigada com maior atenção.

O alerta dado em 1987 reforça o papel crucial da vigilância sanitária e da pesquisa constante para entender a dinâmica de agentes emergentes que podem comprometer o desempenho da avicultura industrial.

Texto:

Os rotavírus das aves

Embora os rotavírus sejam amplamente reconhecidos como causadores de enterites e diarreias em suínos jovens, bezerros e crianças, a identificação desses vírus em aves é relativamente recente. Desde então, estudos têm avançado para compreender o impacto desses patógenos na avicultura.

Características do vírus
Os rotavírus pertencem à família Reoviridae, ao lado dos reovírus e orbivírus. Possuem cápsula icosaédrica de dupla camada com cerca de 70 nm de diâmetro, podendo ter essa camada externa removida — resultando em partículas não infecciosas semelhantes aos orbivírus. Seu genoma é formado por 11 segmentos de RNA de dupla fita, que podem ser separados por eletroforese em gel de poliacrilamida. Mostram-se relativamente estáveis, resistindo a pH ácido (até 3,0) e a solventes como clorofórmio e éter.

Nos rotavírus aviários já foram identificados quatro sorogrupos distintos, que não apresentam reatividade cruzada por imunofluorescência. Um desses sorogrupos apresenta relação antigênica com os rotavírus de mamíferos.

Epidemiologia e patogênese
Infecções por rotavírus têm sido documentadas em frangos de corte, poedeiras, galinhas-d’Angola, patos e perus, particularmente em aves jovens. Estudos indicam que esses vírus circulam globalmente entre espécies domésticas. Acredita-se que, assim como em mamíferos, o rotavírus possa causar enfermidades de impacto produtivo, ainda que muitas infecções se apresentem de forma subclínica.

Após a ingestão, o vírus se replica nas células epiteliais das vilosidades do intestino delgado, podendo também afetar o cólon. As células infectadas são lisadas e o vírus é excretado pelas fezes por cerca de uma semana. A infecção pode levar à má absorção e à diarreia. Não há evidência de transmissão vertical, nem de portadores persistentes.

Manifestações clínicas e lesões
O sinal clínico predominante é a diarreia. Em frangos SPF, a infecção pode ser branda, com aumento transitório na eliminação fecal pelo ceco entre 1 e 2 dias. À necropsia, os cecos podem estar distendidos por fluidos e gases. Também podem ocorrer inflamação anal, desidratação, anemia (devida à picagem), e presença de fezes incrustadas na região plantar.

As alterações histológicas incluem achatamento e espessamento das vilosidades, hiperplasia e dilatação das criptas — lesões que, embora sugestivas, não são patognomônicas para rotavírus.

Imunidade e diagnóstico
A resposta imune em pintos SPF é detectável 14 dias após a infecção oral. Os anticorpos maternos, transmitidos pela gema, persistem por até quatro semanas. A proteção efetiva parece exigir a presença do anticorpo na luz intestinal.

O diagnóstico laboratorial baseia-se em amostras de fezes, que devem ser coletadas preferencialmente de diferentes locais do aviário e transportadas em recipientes herméticos. O método mais sensível é a microscopia eletrônica, sendo recomendada a purificação do material por extração com fluido de carbono e centrifugação.

Considerações finais
Apesar de ainda pouco compreendidos, os rotavírus aviários podem representar um desafio sanitário importante na avicultura moderna. Sua diversidade antigênica, estabilidade ambiental e potencial impacto em produtividade demandam mais estudos e atenção por parte de profissionais da área.