
Brasil é o quarto produtor e o terceiro maior exportador de carne suína (USDA, 2024) do mundo. Para atender essa demanda, mais de 57 milhões de suínos foram transportados para as plantas frigoríficas no ano de 2023 no Brasil, contabilizando mais de 490 mil viagens de caminhões
Diferentemente das etapas de produção e abate, o transporte é literalmente visto e acessado pela população nas rodovias durante o percurso que os veículos fazem entre as granjas e as indústrias e, consequentemente, impacta na imagem do setor junto da sociedade. Esse é mais um bom motivo para mantermos as frotas em dia e os condutores treinados.
O transporte de animais de produção no Brasil é um segmento que não tem normatização específica, o que permite as mais diferentes práticas e níveis de investimento. No entanto, as agroindústrias que operam de forma regular e organizada possuem processos definidos e boas práticas alinhadas com os mercados mais exigentes.
O transporte é considerado a etapa mais estressante do manejo pré-abate e, quando mal realizado, pode trazer consequências como:
- Desidratação;
- Fadiga;
- Lesões;
- Fraturas;
- Morte;
- Comprometimento na qualidade da carne.
As perdas na qualidade da carne incluem maior taxa de exsudação e aumento da frequência de carnes com anomalias. Portanto, um transporte bem planejado, além de garantir o bem-estar animal e a qualidade da carne, também reduz os prejuízos econômicos.
A intensificação da seleção genética a que os animais foram submetidos nas últimas décadas elevou a quantidade de tecido muscular e de células glicolíticas que, associados ao aumento do peso de abate, predispõem ainda mais os suínos ao estresse e à fadiga do transporte. Os suínos também estão mais sensíveis ao estresse térmico, tanto pelo aumento do metabolismo para alcançar maior ganho de peso, quanto pela maior espessura de gordura subcutânea, consequência do aumento do peso/idade de abate. Essas mudanças fisiológicas e suas consequências precisam ser levadas em conta no planejamento do transporte dos animais.
Nos três estados mais produtores de suínos no Brasil, as perdas por condenação de carcaças de animais que morrem durante o transporte (DOA – Dead on arrival), nas baias de espera dos frigoríficos (DIP – Dead in Pen) ou por estresse/fadiga geraram, no ano de 2023, um prejuízo econômico na ordem de US$ 8 milhões (Tabela 1). Fazendo uma análise sobre essas perdas e considerando que o consumo per capita de carne suína é de 18,3 kg/ha (ABPA, 2024), supriríamos o consumo anual de uma cidade com 208.286 habitantes. Parte dessas perdas está associada ao transporte dos animais, como:
Características do caminhão.
Jejum ineficiente;
Percursos longos para chegar até o caminhão;
Excesso de esforço para embarcar;
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