Fonte CEPEA
Milho Campinas (SP)R$ 72,93 / kg
Soja PRR$ 127,56 / kg
Soja Porto de Paranaguá (PR)R$ 132,49 / kg
Suíno Grande São Paulo (SP)R$ 12,77 / kg
Suíno SPR$ 8,63 / kg
Suíno MGR$ 8,53 / kg
Suíno PRR$ 8,21 / kg
Suíno SCR$ 8,14 / kg
Suíno RSR$ 8,15 / kg
Ovo Branco Gande São Paulo (SP)R$ 176,20 / cx
Ovo Branco Grande BH (MG)R$ 180,72 / cx
Ovo Vermelho Gande São Paulo (SP)R$ 192,67 / cx
Ovo Vermelho Grande BH (MG)R$ 197,43 / cx
Ovo Branco Bastos (SP)R$ 167,07 / cx
Ovo Vermelho Bastos (SP)R$ 185,50 / cx
Frango SPR$ 8,70 / kg
Frango SPR$ 8,81 / kg
Trigo PRR$ 1.532,65 / t
Trigo RSR$ 1.389,93 / t
Ovo Vermelho Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 198,35 / cx
Ovo Branco Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 175,17 / cx
Ovo Branco Recife (PE)R$ 157,19 / cx
Ovo Vermelho Recife (PE)R$ 175,67 / cx

Pesquisa

Pesquisadores de países dos BRICs não apostaram no fortalecimento de cooperações em projetos sobre energia sustentável

Pesquisadores de países dos BRICs não apostaram no fortalecimento de cooperações em projetos sobre energia sustentável

O projeto colaborativo entre países do BRICs para desenvolver sistemas inovadores, a fim de integrar o tratamento de contaminantes ambientais à energia renovável, alimentado pela luz solar, deve ganhar um impulso de produção significativo após reunião realizada na Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), na semana passada. Especialistas de três universidades da China, Rússia, Alemanha e do Brasil apontam que as oportunidades de novas cooperações são fundamentais para avanços no desenvolvimento de projetos em materiais e processos fotocatalíticos eficientes.

A atividade, realizada no dia 27, e que também teve o objetivo de aproximar os cooperantes, faz parte do iPhotoMat, consórcio internacional focado na busca de soluções sustentáveis ​​para mitigar as emissões de CO2 e convertê-las em produtos valiosos, como combustíveis. O iPhotoMat é coordenado pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação, Caue Ribeiro, especialista em nanotecnologia.

Discussão fortalece parcerias

Para ele, a importância da visita da delegação BRICS é, inicialmente, no fortalecimento das relações com universidades-chave. “A China hoje é o principal parceiro comercial do Brasil e, dada a mudança dos cenários internacionais, tende a se tornar mais relevante como parceira de desenvolvimento” afirma Ribeiro. 

O pesquisador diz que, em particular, a relação com as universidades da China (North China Electric Power, Guangxi e National Center for Nanoscience and Technology) está em tópicos que ele já vem desenvolvendo, como tecnologias fotoativadas para conversão de produtos químicos, mas a capacidade de produção dos chineses é superior a daqui em termos de mão de obra. “Porém, em termos de conhecimento tecnológico, estamos muito próximos e o momento de interagir é esse”, enfatiza. 

Jiahong Pan, da Universidade Guangxi, disse que com o projeto iPhotoMat eles vão ficar mais fortes na ciência, porque há uma intensa colaboração chinesa no desenvolvimento de pesquisas de interesse do projeto colaborativo. “Eu espero que a nossa universidade seja boa também na agricultura”.

Para o pesquisador da Universidade Estatal de São Petersburgo (Rússia), Alexei Emeline, há muitas diferenças nas cooperações entre os países dos BRICs. “Entre a Rússia e a África do Sul, por exemplo, é absolutamente quase zero”, disse ele.

Universidade é porta de entrada

No entanto, Ribeiro comenta que a Universidade São Petersburgo é uma das mais antigas e tradicionais da Europa, e é uma porta de interação com a Rússia em tópicos críticos. “Em especial, na produção de fertilizantes, já que hoje o Brasil depende criticamente da importação de fertilizantes russos. A consolidação da parceria no âmbito dos BRICS segue também a tendência do governo brasileiro, de buscar parcerias bilaterais com países em desenvolvimento, como a África”. 

Nicola Pinna, da Universidade Humboldt (Alemanha), disse que a multidisciplinaridade das pesquisas e a expertise dos especialistas em fotocatálise é muito importante para novos campos de aplicação e resultados dentro do projeto iPhotoMat. 

A aproximação com a Universidade Humboldt é continuidade dos esforços de cooperação entre a Embrapa Instrumentação e a Alemanha, iniciados com o LABEX Europa no Forschungszentrum Jülich, onde dois pesquisadores da Unidade foram usados ​​como visitantes.

“A Alemanha demonstra um interesse único entre os países desenvolvidos em colaborar com o Brasil, e precisamos manter essa parceria de forma sólida. Por fim, essas cooperações entre vários países são pela essencial universalidade dos problemas que estamos tratando, entre eles, a emissão de gases de efeito estufa, combustíveis em água, todo o fornecimento de fertilizantes, temas relacionados entre si”.

Ao final do Workshop, os pesquisadores visitaram o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), onde conheceram pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de fertilizantes. Após o evento, o grupo visitou instituições de pesquisas de Campinas (SP). 

Esforço Internacional para vencer desafios

 O projeto iPhotoMat teve início em 2023 e tem prazo de execução de 36 meses. Para implementação, reunimos parceiros de pesquisa, que são líderes mundiais no campo da ciência dos materiais, nanotecnologia e fotocatálise. Cada país desempenha uma atividade específica.

A equipe russa é responsável pela síntese e pré-seleção dos materiais, por suas propriedades fundamentais; o grupo brasileiro responde pela montagem do sistema e avaliação das propriedades oxidativas, enquanto a chinesa avalia o desempenho dos materiais para ocorrência redutiva.

Mas o coordenador do iPhotoMat, o pesquisador Caue Ribeiro, lembra que todos os parceiros colaboram no desenvolvimento de cada etapa por meio de caracterização detalhada, usando as instalações e compartilhando amostras e dispositivos para verificação cruzada.

“A proposta aborda o desafio de aumentar a sustentabilidade das atividades econômicas tradicionais nos países BRICS de uma forma ecológica e integrada, que pode ser validada pela situação de cada país com elevada flexibilidade. Este projeto consolida um consórcio internacional entre instituições do Brasil, Rússia e China, cooperando para a produção de energia eficiente e sustentável”, diz Ribeiro.

Tecnologia à base de luz solar

O projeto de pesquisa colaborativa desenvolve nanomateriais fotoativos e dispositivos conceituais ou protótipos para integrar as necessidades de soluções ambientais com a produção sustentável de energia limpa. O coordenador do iPhotoMat explica que a ideia é que esses nanomateriais sejam montados em um dispositivo alimentado por luz solar, capaz de produzir combustível e produtos químicos. 

Segundo ele, a energia solar desempenha um papel vital no desenvolvimento sustentável e na promoção de uma economia circular neste contexto. “Ela é limpa, está disponível em todo o mundo e pode direcionar respostas fotoquímicas específicas para a produção de combustível ecológico ou interferência de poluentes tóxicos”, afirmou Ribeiro.

Mas, apesar do grande potencial nesse campo, o pesquisador disse que os esforços científicos ainda são necessários para tornar essa tecnologia comercialmente viável devido a vários desafios. “Assim, o desenvolvimento de novos materiais funcionais e dispositivos otimizados são necessários para lidar com esses desafios”, disse ele. O projeto é apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).