O Brasil deve expandir suas exportações de ovos em 2025, beneficiado por fatores como a gripe aviária, que tem impactado a produção de ovos em diversos países. Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), afirma que, apesar do crescimento previsto, as vendas externas representam uma pequena parcela da produção brasileira, sem riscos para o abastecimento interno.
Segundo Santin, as exportações brasileiras de ovos, incluindo produtos in natura e processados, devem alcançar entre 30 mil e 35 mil toneladas em 2025, um aumento de cerca de 60% em relação às 18,4 mil toneladas registradas no ano anterior.
“A exportação tende a aumentar. O Brasil vai exportar mais, mas não vai influenciar o abastecimento interno. A nossa exportação em fevereiro foi 0,8% da produção total. O porcentual de exportação é sobre bases pequenas e vão continuar quase que inferiores ou próximas de 1% da produção. Minha meta é chegar a 1%”, declarou Santin.
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Em fevereiro de 2025, o Brasil exportou 2,527 mil toneladas de ovos in natura e processados, 57,5% a mais que no mesmo mês de 2024, com receita de US$ 4,936 milhões, um aumento de 63,2%. Os Emirados Árabes Unidos foram o principal destino, seguidos pelos Estados Unidos.
Mercado Americano:
Os Estados Unidos, fortemente afetados pela gripe aviária, que dizimou rebanhos de poedeiras, aumentaram suas importações de ovos do Brasil. Inicialmente, os ovos brasileiros eram destinados apenas para ração animal, mas recentemente, os EUA habilitaram exportações para consumo humano, embora apenas como ingrediente na indústria de massas e panificação.
“Os Estados Unidos perderam quase que um ano inteiro de produção do Brasil em pouco mais de dois anos. Estão com um problema sério, por causa da gripe aviária”, ressaltou Santin.
Mercado Interno e Preços:
Santin descartou que o aumento das exportações seja a causa da alta dos preços dos ovos no mercado interno. A produção brasileira, segundo a ABPA, é de pouco mais de 59 bilhões de unidades. Ele reconheceu que o preço subiu “mais do que o normal” devido a uma combinação de fatores:
- Aumento do custo de produção: Elevação dos preços do milho, principal componente da ração, e das embalagens.
- Aumento da demanda: Período da Quaresma, com aumento tradicional da procura por ovos, reforçado pelo aumento dos preços das carnes.
- Redução da oferta: Perda de algumas galinhas devido ao calor intenso.
Santin espera que os preços se acomodem após a Páscoa, com a entrada da nova safra de milho, o que deve reduzir os custos de produção.
