Nutrição

#TBT Agrimidia Edição nº 930: O papel do cálcio na qualidade da casca dos ovos

#TBT Agrimidia Edição nº 930: O papel do cálcio na qualidade da casca dos ovos

Nos anos 80, o cálcio ganhou destaque como o “nutriente da década” devido à sua importância na qualidade da casca dos ovos. No entanto, a ingestão inadequada desse mineral pelas poedeiras pode comprometer a integridade do produto e causar perdas significativas ao setor. Estudos da época apontavam que a quebra de ovos podia representar um prejuízo de até US$ 2 por ave/ano, totalizando aproximadamente US$ 578 milhões anuais.

Para minimizar essas perdas, pesquisadores recomendavam ajustes na nutrição das aves, com atenção especial à transição alimentar das frangas e ao fortalecimento ósseo das poedeiras. Além disso, o controle rigoroso na produção e no transporte dos ovos era essencial para reduzir os índices de descarte.

A busca por soluções para aprimorar a qualidade da casca e evitar desperdícios continua sendo um tema relevante para a avicultura até os dias atuais.

Confira o texto na íntegra:

O papel do cálcio na qualidade da casca dos ovos

O cálcio tem sido considerado o “nutriente da década de 80”, dada sua importância para a qualidade da casca dos ovos. Entretanto, seu consumo por poedeiras nem sempre ocorre em quantidades adequadas, o que pode comprometer a integridade do produto.

Impacto econômico da quebra de ovos

A qualidade da casca é essencial para evitar perdas econômicas significativas. Estudos apontam que, mesmo com avanços nos últimos anos, os produtores ainda registram perdas de 14,3% a 21,3% dos ovos antes que cheguem ao destino final. Os valores médios de perdas ocorrem em três fases: na granja (1,60%), no estabelecimento de processamento (1,27%) e durante o próprio processamento (4,34%). Quando somados, esses fatores representam uma perda de 7,21%.

Além disso, cerca de 6,10% dos ovos não são coletados adequadamente e acabam danificados, elevando a perda total para 13,31%. Quando incluídos os ovos destinados para fins industriais devido a problemas de casca, estima-se um prejuízo de aproximadamente 578 milhões de dólares anuais, ou cerca de US$ 2 por ave/ano.

Controle de qualidade e redução de perdas

Os inspetores permitem uma tolerância de 5% a 7% de ovos com casca trincada em embalagens de ovos do tipo A nos estabelecimentos de processamento e de 7% a 9% nos pontos de venda. Adicionalmente, estima-se que pelo menos 1% de ovos se quebre durante o transporte até o consumidor final, elevando a perda total para 21,3%.

Mesmo considerando estimativas conservadoras e reduzindo pela metade algumas dessas perdas, os ovos trincados ainda representariam 14,26% do total. Isso evidencia que há muito a ser feito para aprimorar a qualidade e reduzir desperdícios.

Soluções para minimizar as perdas

Para reduzir as perdas, algumas medidas podem ser adotadas, incluindo ajustes na alimentação e na suplementação de cálcio das aves. Garantir a correta transição de ração para frangas é essencial, pois um aumento inadequado no nível de cálcio pode impactar negativamente a qualidade da casca.

Outro aspecto importante é monitorar a resistência óssea das aves, pois linhagens com baixa densidade óssea podem ter até 20% menos cálcio disponível para a formação da casca dos ovos. Dessa forma, um manejo nutricional adequado é fundamental para assegurar melhores resultados produtivos e econômicos.