O consumo de carne suína é seguro e os criadores não devem se preocupar com o contágio de animais pelo vírus A/H1N1, que vem provocando gripe em humanos desde março de 2009. A Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa) esclarece, a seguir, os principais questionamentos sobre a influência da doença no setor agropecuário.
Por que a doença é denominada gripe suína?
SDA – Apesar de possuir também componentes genéticos de origem humana e aviária além dos de origem suína, o vírus isolado a partir dos casos recentes de influenza(1) ocorridos primariamente no México e Estados Unidos da América (EUA), foi geneticamente identificado como vírus da influenza suína tipo A/H1N1. Desde então, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem denominado a doença como “gripe suína em humanos”.
A denominação utilizada pela OMS vem sendo alvo de várias contestações. Em 27 e 28 de abril deste ano, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) questionou a denominação conferida à enfermidade, mediante notas de imprensa, argumentando que, até o momento, não há qualquer vínculo epidemiológico entre animais e os recentes casos de influenza em humanos que a pudessem justificar.
A OIE considerou, ainda, que não foram identificados suínos ou outros animais infectados por esse vírus, até a presente data, e propõe que a doença seja denominada “influenza norte-americana”, semelhante ao ocorrido em epidemias de influenza humana – comprovadamente originadas de animais – denominadas, no entanto, por sua origem geográfica, como no caso da “influenza espanhola” e da “influenza ou gripe asiática”.
É seguro o consumo de carne e outros produtos de origem suína?
Que medidas o Ministério da Agricultura vem adotando diante desta situação?
SDA – Até o momento, a doença não foi registrada em suínos, mesmo nos países onde ocorreram casos da gripe em humanos. Assim, não se justifica a aplicação de medidas restritivas ao trânsito de animais ou de produtos de origem animal. O Ministério da Agricultura mantém as normas que regulamentam o trânsito nacional e internacional de animais, seus produtos e subprodutos, dentro das recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), por isso não aplicou novas restrições ao ingresso de animais ou à circulação de produtos de origem animal.
Os produtores rurais devem tomar algum cuidado especial com o rebanho?
SDA – Não há, no momento, razão para preocupação por parte dos produtores rurais porque a doença não foi registrada no Brasil e, mesmo nos países em que ocorreu, ela não foi identificada em outras espécies. Além disso, o vírus não foi isolado até o momento e ainda não foi estabelecida a sua capacidade de infectar suínos.
Quais os procedimentos adotados pelo Ministério da Agricultura para a fiscalização em portos, aeroportos e postos de fronteira?
SDA – O Ministério da Agricultura manterá as ações rotineiras de fiscalização em portos, aeroportos e postos de fronteira. Cabe ressaltar que boa parte das medidas de fiscalização e vigilância já vem sendo empregadas nos locais de ingresso de animais e produtos de origem animal, motivadas, nos últimos anos, pela prevenção a casos de influenza aviária registrados em alguns países com os quais o Brasil mantém intercâmbio comercial. Porém o ministério está alerta para a eventual adoção de medidas adicionais de fiscalização, caso sejam configuradas quaisquer alterações na situação sanitária animal.
Histórico – Em 24 de abril de 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) notificou aos seus países membros a ocorrência de “recentes casos humanos de influenza no México e nos Estados Unidos da América (EUA), identificados a partir de 18 de março.”
Em 25 de abril, seguindo o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005), a OMS declarou o evento como Emergência de Saúde Pública, de Importância Internacional (ESPII). Imediatamente, foi instituído no Brasil o Gabinete Permanente de Emergência em Saúde Pública (GPESP), constituído por representantes do Ministério da Saúde (MS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), com o objetivo de monitorar a situação e indicar as medidas em caráter nacional.











