
A JBS, gigante do setor de carnes com um terço de seus negócios nos EUA, minimizou os potenciais impactos da guerra comercial entre Estados Unidos e China e da política tarifária do presidente Donald Trump em suas operações. Executivos da companhia afirmaram, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira (26/3), que o foco da companhia no consumidor interno nos EUA reduz os efeitos de problemas com a exportação.
Wesley Batista Filho, CEO da JBS Beef North America, reconheceu a dificuldade em prever os impactos das tarifas de forma detalhada, dada a implementação gradual das políticas. No entanto, o foco da companhia no mercado doméstico americano minimiza os efeitos negativos de problemas com a exportação.
O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, reforçou a importância da plataforma global de produção e exportação de carnes da companhia, que contribui para mitigar os riscos em determinados mercados. “Essa diversificação nos permite atravessar ciclos com resiliência. A presença global ajuda a mitigar riscos, se um mercado tem restrição de exportar, outro mercado se favorece”, comentou.
Quanto à JBS Beef, Wesley Filho manifestou confiança na operação, mesmo diante de adversidades como o ciclo de baixa oferta do gado.
Dupla Listagem:
O diretor de finanças e relações com investidores da JBS, Guilherme Cavalcanti, reiterou a previsão de conclusão do processo de dupla listagem das ações da companhia, nos EUA e no Brasil, até o final deste ano. “No próximo ‘filing’ vamos responder ao menor número de dúvidas que a gente já recebeu, por isso a gente está otimista de que estamos chegando ao final do processo”, afirmou.
A JBS fez o pedido formal à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à B3 para se tornar “emissor estrangeiro”, visando oferecer na bolsa brasileira os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que representam as ações de uma empresa do exterior.