Os executivos da Tyson Foods anunciaram mudanças que a empresa está fazendo em sua rede de armazenamento refrigerado, que, uma vez concluídas, devem gerar uma economia de cerca de US$ 200 milhões por ano para a empresa.
O CEO da Tyson, Donnie King, disse que a empresa vem otimizando ativamente sua rede de fábricas nos últimos anos, e o próximo passo nesse processo de otimização lida com instalações de armazenamento refrigerado.
“Estamos tomando medidas ponderadas para aprimorar nossa infraestrutura de logística e distribuição. Esses esforços estão em estágio inicial, mas são de extrema importância à medida que buscamos maior eficiência a longo prazo. Venderemos vários armazéns frigoríficos convencionais menores, gerando uma receita bruta na faixa de US$ 250 a 300 milhões, e, em seguida, faremos a transição como um novo parceiro âncora para várias instalações de armazenamento frigorífico de última geração, totalmente automatizadas e de grande porte”, disse King.
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Essas instalações reduzirão a complexidade da rede, otimizarão o fluxo de estoque e simplificarão os processos de forma a nos posicionar melhor para atender nossos clientes de forma mais inteligente e rápida, agora e no futuro. Essa transição será uma jornada de vários anos, mas acreditamos que gerará cerca de US$ 200 milhões em economia anual após a conclusão, prevista para 2030. Estamos confiantes de que essas ações levarão a melhorias operacionais significativas, maior agilidade, permitirão o crescimento futuro e reduzirão as necessidades futuras de capital.
King — juntamente com Curt Calaway, diretor financeiro da Tyson Foods; e Brady Stewart, diretor da cadeia de suprimentos e presidente dos segmentos de alimentos preparados, carne bovina e suína da Tyson — falou sobre a transição durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre em 5 de maio, poucos dias após o anúncio de que a Tyson havia chegado a um acordo com a empresa de armazenamento refrigerado Lineage.
Nesse anúncio, a Lineage revelou a compra de quatro instalações de armazenamento refrigerado da Tyson Foods, localizadas em Pottsville, Pensilvânia; Olathe, Kansas; Rochelle, Illinois; e Tolleson, Arizona. O acordo também previa que a Lineage projetaria duas instalações de armazenamento refrigerado totalmente automatizadas nos EUA para serem utilizadas pela Tyson, e que a Tyson também utilizaria um armazém refrigerado recém-desenvolvido em Hazelton, Pensilvânia.
“Hoje, nossa rede é muito complexa e muito cara, então encontramos uma oportunidade de realmente dimensioná-la corretamente, o que nos permite continuar a crescer no futuro, mas também trazer dinheiro para a empresa”, disse Stewart.
Os armazéns frigoríficos que serão construídos “levarão nossos produtos para mais perto dos clientes, o que reduzirá o número total de milhas, diminuirá nossa pegada de carbono na entrega de nossos produtos aos clientes e, por fim, geraremos mais de US$ 200 milhões em economia anual daqui a três a cinco anos”, disse Stewart.
As novas instalações serão usadas principalmente pelos segmentos de frango e alimentos preparados da empresa, disse Calaway, enquanto pouco será usado para produtos dos segmentos de carne bovina e suína.
Resultados financeiros
O segmento de negócios de frango da Tyson Foods foi o único a obter aumentos tanto nas vendas quanto no lucro operacional ajustado (AOI) no segundo trimestre do ano fiscal de 2025, encerrado em 29 de março.
No geral, a empresa viu seu lucro líquido (AOI) aumentar de US$ 406 milhões para US$ 515 milhões na comparação anual. No segmento de frango, o AOI quase dobrou, de US$ 160 milhões para US$ 312 milhões. Os segmentos de carne suína, alimentos preparados e internacional também apresentaram aumentos no AOI na comparação anual, enquanto o segmento de carne bovina registrou um prejuízo de US$ 149 milhões, em comparação com um prejuízo de US$ 34 milhões no ano anterior.
As vendas da Tyson Foods foram praticamente idênticas às do ano anterior, aumentando de US$ 13,072 bilhões para US$ 13,074 bilhões. As vendas de frango aumentaram de US$ 4,065 bilhões para US$ 4,141 bilhões. O segmento de carne bovina também apresentou aumento nas vendas, passando de US$ 4,954 bilhões para US$ 5,196 milhões. As vendas das divisões de carne suína, alimentos preparados e internacional apresentaram queda na comparação anual.
Corantes alimentares
Apenas duas semanas após o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA anunciar medidas para eliminar gradualmente todos os corantes alimentares à base de petróleo do abastecimento alimentar do país, King abordou a eliminação desses corantes de seus produtos.
King observou que apenas alguns de seus produtos continham tais corantes na época.
“Hoje, a grande maioria dos nossos produtos de marca de varejo, incluindo Tyson Dino Nuggets, Tyson Chicken Nuggets, Tyson Chicken Bites e Jimmy Dean Maple Grill Cakes, não contêm nenhum desses tipos de corantes, e temos reformulado proativamente os poucos produtos que contêm”, disse King. “Esperamos que nosso trabalho para eliminar o uso de corantes sintéticos de petróleo na produção seja concluído até o final de maio, muito antes do prazo estabelecido pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.”
Impacto das tarifas
Foi perguntado ao rei se a empresa estava passando por alguma mudança significativa em seu fluxo de comércio internacional como resultado de tarifas impostas pelos Estados Unidos ou aos Estados Unidos.
Ele iniciou sua resposta dizendo que a Tyson Foods não espera nenhuma mudança no estado atual do consumo global de proteína.
No entanto, ele acrescentou: “Pode haver interrupções temporárias e de curto prazo à medida que os fluxos comerciais globais se ajustam. Prevemos isso, mas, como mencionamos no último trimestre, temos feito planos de contingência para minimizar interrupções tanto no comércio quanto na cadeia de suprimentos.”
King destacou que a Tyson está no mercado há quase um século e superou uma série de barreiras comerciais, mas também disse que a empresa está “certamente interessada em trabalhar com o governo e o Congresso para tentar resolver isso o mais rápido possível, mas nos sentimos bem com a situação atual e com o que fizemos”.
Alterações nas isenções do SNAP
O CEO da Tyson Foods, sediada no Arkansas, disse que a decisão da governadora do Arkansas, Sarah Huckabee Sanders, foi um sinal de otimismo para os profissionais da indústria de aves e proteína animal.
Há cerca de um mês, Sanders apresentou uma isenção ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), anunciando seu plano de adicionar frango assado ao Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP) do Arkansas. Essa isenção também inclui um plano para remover refrigerantes e doces da lista de produtos que seriam cobertos pelo programa SNAP, comumente conhecido como programa de vale-alimentação.
“Aqui no Arkansas, há cerca de um mês, nosso governador solicitou uma isenção do USDA para substituir o frango assado no programa SNAP por alguns doces e guloseimas e assim por diante”, disse King. “Estamos vendo isso se espalhando pelo país.”
A Tyson Foods é a maior produtora de frangos de corte, a sexta maior produtora de perus e a terceira maior produtora de ração dos Estados Unidos.
