
A Itaipu Binacional, maior hidrelétrica do país, enfrenta uma crise financeira e política após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontar um rombo de aproximadamente R$ 333 milhões previsto para 2026. O resultado surpreendeu o setor elétrico, já que se esperava o equilíbrio das contas após o fim do financiamento de 50 anos que bancou a construção da usina.
O problema estaria ligado à existência de um orçamento paralelo e gastos sem ligação direta com a geração de energia, incluindo convênios e patrocínios que somam R$ 43,8 milhões entre março de 2023 e outubro de 2024. Sob a gestão de Ênio Verri, indicado pelo governo Lula, essas despesas teriam crescido significativamente, levantando suspeitas de uso político dos recursos.
Além disso, o impasse na renegociação do Anexo C do tratado com o Paraguai mantém o processo travado na Casa Civil desde 2023, impedindo o Tribunal de Contas da União de exercer fiscalização direta sobre os bilhões administrados pela binacional.
Para 2025, mais da metade do orçamento de Itaipu — cerca de R$ 9 bilhões — foi classificada na categoria “outros”, sem detalhamento público. Especialistas alertam que essa falta de transparência representa uma “caixa-preta” na gestão da empresa. Parte dos valores estaria sendo destinada a obras e eventos, incluindo a COP30, em Belém, onde Itaipu investirá cerca de R$ 1,3 bilhão em projetos urbanos e ambientais.











