
Enquanto disputas acirradas embaralham o tabuleiro do comércio global, o clima na América Latina é de aproximação, integração e crescimento coletivo. Ao menos no que diz respeito à suinocultura. Esse foi o tom das apresentações e dos diálogos durante o evento Conexão Latino-Americana: Fortalecendo Parcerias na Cadeia de Valor da Suinocultura, realizado em São Paulo (SP), no dia 27 de março.
O encontro, que reuniu representantes de oito países – Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Paraguai e Peru –, além do Brasil, foi organizado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), com o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos (ABEGS) e da plataforma 3tres3. O objetivo principal da conferência internacional era intensificar a conexão entre essas diversas nações, debater oportunidades e desafios comuns e abordar possibilidades de mútua colaboração, tecnológica e comercial, em um mercado com potencial de negócios acima de US$ 430 milhões, de acordo com a ABCS.
“A América Latina vai se transformar em um grande polo global de produção de carne suína”, afirma o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, levando em consideração inclusive fatores além da capacidade produtiva da região. “Já estamos enxergando dessa forma devido a dificuldades sanitárias e políticas enfrentadas mundo afora.”
Até por conta dessa aposta na expansão da presença latino-americana no mercado global de carne e genética de suínos, a questão sanitária foi destaque entre os temas apresentados. Segundo Lopes, diante dos olhares internacionais, é essencial que o território esteja protegido em relação à sanidade. “Todo esse intercâmbio com os demais países é importante para sabermos qual é a situação em cada lugar, e como podemos nos ajudar”, diz o dirigente. A opinião de Lopes é compartilhada pelos executivos das demais entidades. Para o presidente da Organización de Porcicultores Mexicanos (Opormex),
Jorge Iván Espinosa Vázquez, há etapas a serem superadas para ampliarem as relações com os brasileiros. “O México ainda convive com algumas doenças das quais o Brasil já é livre, e isso nos traz desafios para a eficiência produtiva”, comenta.