
O Brasil registrou um superávit de US$ 8,153 bilhões na balança comercial em abril, divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Apesar do resultado positivo, o superávit apresentou uma queda de 3,3% em relação a abril de 2024. Este é o quarto melhor resultado para o mês, ficando atrás de abril de 2021, 2022 e 2024.
Nos quatro primeiros meses de 2025, a balança comercial acumula um superávit de US$ 17,728 bilhões, representando uma queda de 34,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa redução acumulada foi influenciada pelo déficit registrado em fevereiro devido à importação de uma plataforma de petróleo.
Em abril, tanto as exportações quanto as importações atingiram recordes históricos. As exportações somaram US$ 30,409 bilhões, um aumento de 0,3% em relação a abril de 2024, marcando o melhor abril desde 1989. As importações totalizaram US$ 22,256 bilhões, um crescimento de 1,6% na mesma comparação, também o maior valor já registrado.
Desempenho das Exportações:
A queda no preço de diversas commodities impactou o superávit. As vendas externas de soja, o principal produto da agropecuária, recuaram 6,1% em relação a abril de 2024 devido à queda de 9,7% nos preços médios. O minério de ferro também teve uma redução de 14,3% nas vendas, influenciado pela queda de 16,4% nos preços. Por outro lado, a alta no preço do café e da carne bovina ajudou a sustentar a balança, com as vendas de carne bovina, veículos e ferro-gusa apresentando aumento.
Desempenho das Importações:
As importações registraram alta em diversos setores, incluindo motores, máquinas, medicamentos, componentes de veículos, adubos e fertilizantes químicos. O maior aumento ocorreu nos fertilizantes, com um crescimento de US$ 327,4 milhões (+36,2%) em comparação com abril de 2024.
Volume e Preços:
O volume de mercadorias exportadas caiu 0,5% em abril, puxado pela menor quantidade vendida de café e cobre, enquanto os preços médios aumentaram apenas 0,8%. Nas importações, a quantidade comprada subiu 4,4%, impulsionada pelo crescimento econômico, mas os preços médios recuaram 2,9%, refletindo a queda no valor das commodities.
Desempenho por Setor:
- Agropecuária: As exportações do setor recuaram 0,8%, com o volume vendido caindo 4,9%, apesar da alta de 4,5% nos preços médios.
- Indústria de Transformação: As exportações aumentaram em volume (1,3%) e preço médio (1,5%), refletindo uma recuperação econômica na Argentina.
- Indústria Extrativa: O volume exportado subiu 1,6%, mas os preços médios recuaram 5%, devido à desaceleração econômica na China e à guerra comercial.
Estimativas para 2025:
As estimativas do Mdic, divulgadas em abril, apontam para um superávit de US$ 70,2 bilhões em 2025, uma queda de 5,4% em relação a 2024. As exportações devem subir 4,8%, atingindo US$ 353,1 bilhões, e as importações aumentarão 7,6%, chegando a US$ 282,9 bilhões. No entanto, essas projeções podem ser revisadas em julho, considerando os efeitos das tarifas de Donald Trump e da retaliação da China. As previsões do mercado financeiro, compiladas pelo Boletim Focus do Banco Central, são mais otimistas, projetando um superávit de US$ 75 bilhões para este ano.
Referência: Agencia Brasil/ GOV